Ela fugiu com o circo após se apaixonar e entrou para o globo da morte
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Morar e trabalhar no circo era algo que nunca havia nem sequer passado pela cabeça de Bianca Ferreira Xavier, 26. De Unaí (MG), ela trabalhava como personal trainer em uma academia quando um circo passou por sua cidade e tudo mudou.
Hoje, ela vive na estrada como artista circense, desafiando a gravidade com sua moto em um dos números mais perigosos do picadeiro: o globo da morte, em que motos aceleram dentro de uma esfera de aço.
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'Um amigo me chamou para ir'
A história de Bianca com o circo começou em 2022. Na época, ela foi com mais alguns amigos assistir a um espetáculo.
Quando o circo chegou na cidade, um dos artistas começou a treinar na academia em que eu trabalhava. Ele fez amizade com o pessoal e convidou todo mundo para assistir ao espetáculo. Eu não o conhecia, mas um amigo me chamou para ir.
Bianca Ferreira Xavier
Nesse dia, Bianca conheceu o tal artista que treinava na academia. Foi amor à primeira vista. Daquele dia em diante, os dois passaram a trocar mensagens e logo começaram a namorar a distância.
Pouco mais de um ano depois, Bianca tomou uma decisão radical: largou o emprego e mudou-se para o circo.
Eu tinha feito uma cirurgia de silicone e decidi passar o pós-operatório com ele no circo. Nunca mais voltei para casa.
Bianca Ferreira Xavier
'Estreei no globo da morte'

Como o namorado se apresentava no globo da morte, Bianca passou a ter contato direto com o número e foi incentivada a começar a treinar.
"Ele começou a me ensinar a balançar com a moto dentro do globo e sentir o movimento. Depois, começou a me incentivar a aprender e passou a me treinar. Com três meses de ensaios diretos eu estreei no globo da morte."
O fato de ter poucas mulheres na função de globista foi um dos motivos que fizeram Bianca seguir nos treinos e querer se desafiar a cada nova manobra. Mas, apesar da dedicação, os desafios não demoraram a aparecer.
No início dos treinamentos, meu marido ficava dentro do globo para me instruir, mas teve um dia em que eu errei e acabei passando em cima do pé dele. Ele precisou ficar duas semanas afastado das apresentações e depois disso nunca mais entrou no globo para me guiar. Bianca Ferreira Xavier
E os erros também acontecem às vezes durante as apresentações. Bianca recorda que, durante um espetáculo, a moto deu problema mecânico e afogou no início do show, fazendo com que ela caísse e consequentemente derrubasse mais um motoqueiro que também participava do número.
"Nessa queda ralei o cotovelo, mas já tive outra que aconteceu por bobeira minha. Por mais que a gente treine, às vezes acontece algum erro."
'Acham que é um homem de cabelo comprido'

Além do número em alta velocidade, que é um dos mais aguardados do espetáculo, Bianca afirma que o fato de ser mulher em um espaço tradicionalmente masculino também chama a atenção do público. Ela não é a primeira mulher globista, mas conta que ainda são poucas as que se aventuram nesse número.
Muitos homens duvidam que seja realmente eu ali dentro. Acham que é um homem de cabelo comprido. Quando as pessoas veem que realmente sou eu ali, as reações são de choque, principalmente de mulheres --elas adoram me ver no globo.
Bianca Ferreira Xavier
@biancafxj Esse vídeo é o melhor que eu tenho na galeria KKKKKK . . . #globeofdeath #globodamorte #mulherglobista ♬ som original - Bianca Ferreira
Há um ano e meio vivendo no circo, Bianca e o marido seguem se apresentando em diferentes cidades. Ela como globista, e ele acumulando as funções de globista, palhaço e artista de tranca (malabarismo com os pés).
"Nunca imaginei que um dia iria morar e trabalhar com circo, mesmo quando comecei a namorar meu marido. Eu achava que ele largaria o circo para morar comigo, mas vi que era o contrário."
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