Mulheres na Ciência: 8 pesquisas ganharão bolsa de R$ 50 mil; Se inscreva

Podemos ser otimistas e dizer que o trabalho de mulheres na ciência cresceu nos últimos anos, mas o mercado segue desigual. Ainda é preciso criar esforços para alcançar a igualdade de gênero e o acesso a empregos decentes, medidas que podem garantir um mundo com mais mulheres cientistas, inclusive com participação efetiva em políticas, programas e processos de tomada de decisão.

Seria um sonho? Existem cursos, projetos e iniciativas que querem transformar em realidade. Há 20 anos impulsionando a participação feminina na ciência brasileira, o Para Mulheres na Ciência, programa do Grupo L'Oréal, Academia Brasileira de Ciências e UNESCO, está com inscrições abertas para sua nova edição.

A iniciativa quer promover e reconhecer justamente a participação de mulheres na ciência, buscando maior equilíbrio no cenário brasileiro. Oito pesquisadoras serão premiadas com bolsa-auxílio de R$ 50 mil em áreas como Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas, Matemática, e Ciências da Engenharia e Tecnologia. Além da bolsa, as laureadas terão acesso a treinamentos online exclusivos com foco em desenvolvimento pessoal, mídias sociais, negociação e gestão de equipes.

As pesquisadoras interessadas em se inscrever esse ano e concorrer ao prêmio têm até o dia 11 de maio para se candidatar no link a seguir: https://www.forwomeninscience.com/challenge/show/131 .

A pandemia acentuou a desigualdade de gênero em STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), com uma queda drástica de 53% para 27% no número de graduadas no Brasil, enquanto o ingresso masculino dobrou na última década (NEXUS FSB). Esse cenário nacional reflete uma tendência global: apenas 35% dos estudantes de STEM no ensino superior são mulheres (UNESCO).

A sub-representação persiste no mercado de trabalho, com mulheres ocupando 25% dos cargos em tecnologia e recebendo 20% menos que homens, segundo a ONU Mulheres, e se estende à academia e cargos de liderança.

Para Helena Nader, primeira presidente mulher da Academia Brasileira de Ciências, a decisão de lançar mais uma bolsa no ano em que o programa completa 20 anos, demonstra a continuidade de um trabalho relevante, necessário e inclusivo, que abraça muitas pesquisadoras.

Iniciativas como essa para a inclusão de mulheres nas Ciências da Engenharia e Tecnologia são cruciais não apenas para promover a equidade, mas também para enriquecer a pesquisa científica com diferentes perspectivas e talentos. A falta de diversidade de gênero limita o potencial de inovação.Helena Nader, primeira presidente mulher da Academia Brasileira de Ciências

Ao longo desse tempo, o Para Mulheres na Ciência investiu mais de R$ 6 milhões em bolsas, impactando a trajetória de mais de 130 cientistas brasileiras, sendo sete laureadas premiadas internacionalmente. "No Grupo L'Oréal, acreditamos que a diversidade e pluralidade na ciência são essenciais para construir um futuro mais sustentável e inovador. Nosso objetivo é continuar promovendo o protagonismo feminino para quebrar as barreiras de gênero na ciência ", declara Cristina Garcia, Diretora de Pesquisa Avançada e Comunicação Científica da América Latina. "Queremos empoderar mulheres brasileiras a liderarem as descobertas científicas do amanhã.", completa.

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Para participar do programa e concorrer ao prêmio é preciso ter concluído o doutorado a partir de 2017, caso a candidata não tenha filho, e o prazo se estende para as mães de acordo com o número de filhos. O projeto submetido deve estar inserido em uma das categorias do programa: ciências da vida, ciências físicas, ciências químicas ou ciências matemáticas e ciências da engenharia e tecnologia, e é preciso ter o currículo lattes atualizado.

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