Marcela McGowan diz que teve orgasmo na academia: 'Nunca mais voltei'

Marcela McGowan passou por uma situação constrangedora durante uma aula de pilates. No "Acessíveis", videocast de Marimoon e Titi Müller no Canal UOL, a ginecologista e empreendedora do mercado erótico revelou que teve um orgasmo involuntário durante um exercício abdominal.

"Eu já tive essa experiência uma vez e foi superconstrangedora. Nunca mais voltei ao pilates, porque fiquei com vergonha", relembrou a médica no episódio desta semana.

Ela explicou que esse fenômeno acontece porque certos exercícios, como os abdominais, mobilizam a musculatura pélvica e aumentam o fluxo sanguíneo na região. A fricção da roupa também pode intensificar a sensação, levando ao chamado coregasm, um orgasmo induzido pelo esforço físico.

Apesar de parecer algo positivo, Marcela destacou que a situação nem sempre é prazerosa. "O orgasmo nem sempre é prazer. Às vezes, ele é só um estímulo do corpo mesmo. (...) É um momento negativo, então a maioria das pessoas não gosta de ter o orgasmo de academia", explicou.

A conversa ainda trouxe outro questionamento: exercícios físicos podem ajudar mulheres com dificuldades para atingir o orgasmo? Segundo Marcela, sim.

"Exercícios que trazem consciência pélvica ajudam. Então, às vezes, se você conseguir ir a uma fisioterapeuta pélvica pra ela te orientar, elas são uma das partes do tratamento pra mulheres que têm mais dificuldade para [atingir o] orgasmo."

'Vibrador é porta de entrada pra mulher usar a própria mão'

Se há um item capaz de mudar a vida sexual de muitas mulheres, esse item é o vibrador. Pelo menos, é o que afirma Marcela, fundadora da Magix, loja de sexual care. "Eu sou uma amante de vibradores, e eu acho que pra muitas pessoas ele é um game changer na vida, sabe?", disse ela.

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Para Marcela, o vibrador pode ser um caminho para a descoberta do próprio prazer e um aliado no autoconhecimento. "Muitas mulheres têm um distanciamento tão grande do corpo delas, que às vezes o vibrador é a porta de entrada antes de conseguir usar a própria mão", explicou Marcela.

A dica da ginecologista é começar pelo estímulo externo, principalmente para aquelas que não têm tanta familiaridade com a masturbação. Para iniciantes, o bullet — um vibrador pequeno — é uma excelente opção. Já para quem gosta de penetração, ela recomenda o rabbit, feito para trazer estímulos externos e internos ao mesmo tempo. Outra categoria são os sugadores de clitóris, que trazem orgasmos mais rápidos.

A gente brinca que se você botar seu macarrão instantâneo lá e deitar para usar o sugador, vai terminar antes do macarrão ficar pronto. Marcela McGowan

Quando o assunto é sexo anal, uma boa opção para quem quer explorar essa prática são os plugs. Com formato cônico, eles permitem que o corpo se adapte gradualmente ao estímulo, tornando a experiência mais confortável. Há também versões vibratórias, que ajudam ainda mais no relaxamento e na familiarização com a penetração.

A médica fez questão ainda de destacar que vibradores não devem ser vistos como concorrência dentro de um relacionamento. O vibrador pode ser um complemento, não uma substituição, e incluí-lo na relação pode tornar o sexo ainda mais prazeroso para ambas as partes.

Vibrador não é competição! Primeiro, porque achar isso te reduz a um lugar de o que você é, então? Para pessoa você é só um pênis? Marcela McGowan

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'Eu não amava ser ginecologista até aquele momento'

Foi durante um plantão que Marcela McGowan descobriu a humanização no parto, ao presenciar cinco partos humanizados em uma mesma noite. "Foi a coisa mais linda da minha vida, porque foi a primeira vez que eu vi um parto com o protagonismo da mulher", relembrou ela. Marcela contou que sua formação como ginecologista foi marcada por uma prática truculenta e violenta, contrastando com o que vivenciou naquela noite. "Eu não amava ser ginecologista até aquele momento", confessou.

'Mulheres que se relacionam com mulheres têm mais prazer'

Pesquisas apontam que mulheres que se relacionam com mulheres têm mais prazer e orgasmos do que mulheres heterossexuais. Segundo Marcela, isso acontece porque "o roteiro sexual hétero, em geral, é um roteiro muito empobrecido, que tem a penetração como prática principal". Enquanto neste modelo o sexo é apressado e focado no desempenho masculino, entre mulheres "a gente tem, além do fato de conhecer o próprio corpo, ausência de roteiro", explicou a médica.

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'Acessíveis' no UOL

Toda terça, MariMoon e Titi Müller recebem convidados para um papo que vai de histórias de bastidores ao apocalipse climático, passando por tópicos como maternidade, redes sociais, relacionamento e cultura pop. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista ao episódio completo com Marcela McGowan:

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