Fibe: Dia da Mulher exige reflexão sobre perda de direitos já adquiridos
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No Dia Internacional da Mulher, a colunista de Universa Cris Fibe refletiu sobre o atual momento do mundo, com as mulheres perdendo alguns de seus direitos já adquiridos, em análise no UOL News.
É um momento de fricção. A gente está vendo o crescimento da extrema direita pelo mundo, e o crescimento da extrema direita vem com uma série de retrocessos. Então, é um momento de atenção. A gente está perdendo direitos já adquiridos.
A gente está vendo isso nos Estados Unidos com Donald Trump, que assume com um discurso abertamente transfóbico, que derruba políticas de gênero, de raça. A gente já viu isso no Brasil no governo de extrema direita e essa ameaça não cessou ainda.
Cris Fibe
A colunista do UOL alertou que o atual governo de esquerda brasileiro enfrenta muitas dificuldades com o tema, citando alguns problemas que as mulheres enfrentam em nosso país.
A gente está vendo agora um governo de esquerda com muitas dificuldades de avançar também nesses temas. Por exemplo, no Brasil a gente não tem garantido nem o direito legal ao aborto. A gente está vendo, em São Paulo, no estado mais rico e desenvolvido brasileiro, os hospitais não garantindo esse direito, sendo que, em outros estados do Brasil, esse direito já era dificultado.
Muitas mulheres iam a São Paulo procurar os hospitais para o atendimento, para conseguir o aborto legal, e esses hospitais não estão nem mais fornecendo esse direito. Então a gente está vendo, retrocessos em direitos já adquiridos e muito menos ainda avanços.
Cris Fibe
Cris Fibe concluiu sua reflexão, reforçando os efeitos que a extrema-direita vem causando na luta das mulheres por igualdade.
A gente está em um momento de muita tensão, eu não quero ficar pessimista, não quero que seja uma mensagem ruim no Dia Internacional da Mulher, mas acho que é um dia de reforçar a necessidade de atenção mesmo.
Porque pode parecer que como a gente está menos silenciada, a gente está falando cada vez mais, dando nomes aos crimes, falando quais são as lutas que a gente precisa tomar frente, a gente está muito vocal e nas ruas falando, só que a gente está também perdendo direitos já adquiridos.
Cris Fibe
Caso Vitória: crime mostra desprezo por corpo feminino, diz advogada
O crime que levou à morte de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, mostra o total desprezo pelo corpo feminino, apontou Fernanda Perregil, advogada, professora e especialista em direitos humanos, em entrevista ao UOL News.
Um ponto importante é a forma como a vítima é encontrada, que diz muito se é ou não feminicídio. É o menosprezo pela condição da mulher. A forma como a vítima é encontrada é que traz e revela que aquele crime foi cometido como uma situação de menosprezo, humilhação, discriminação contra o corpo de uma mulher.
Fernanda Perregil
A jovem Vitória Regina teve o cabelo raspado e foi torturada antes de ser assassinada. O crime segue sob investigação da Delegacia de Cajamar. A advogada Fernanda Perregil destacou as situações de risco em que Vitória foi colocada ao voltar do trabalho para casa.
A situação pessoalmente me chocou muito. Ela foi abordada e se sentiu com medo em mais de uma oportunidade retornando para casa. Foi quando ela estava se dirigindo ao ponto, depois dentro do ônibus, depois quando ela desceu do ônibus. São tantas situações de risco e de ameaça que essa mulher foi colocada voltando do trabalho para casa, que é muito assustador.
Fernanda Perregil
Assista à entrevista:
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