Opinião

Fibe: Silvio Almeida usa 'cartilha' ao inverter papéis e se fazer de vítima

Após ser acusado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT-RJ), de importunação sexual, o ex-ministro Silvio Almeida usa uma espécie de "cartilha" ao tentar inverter os papéis e se fazer de vítima, opinou a colunista Cristina Fibe no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (24).

Ele usa a cartilha dos acusados de violência sexual, a gente já viu e já discutiu nesse programa e em outros casos, que tem até nome técnico, que é o Darvo, [significa] negar, acusar e inverter os papéis, se fazer de vítima. Cristina Fibe, colunista do UOL

Ao UOL, Almeida rebateu as acusações de importunação sexual e disse que Anielle "participou de um espalhamento de fofocas e intrigas para tentar desgastá-lo".

O ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania foi demitido do governo Lula (PT) em setembro do ano passado, após Anielle relatar a colegas e à primeira-dama, Janja, episódios em que se sentiu assediada por Almeida.

Em nota, Anielle afirmou ser "inaceitável" o que classificou como tentativa de "desqualificar" e "minimizar" denúncias de assédio sexual. Ela disse ainda que Almeida tenta "descredibilizar vítimas de assédio" ao declarar que ela "se perdeu num personagem".

Ao Canal UOL, a colunista questionou falas de Almeida concedidas na entrevista.

Ele, inclusive, se chama de vítima em algum momento na entrevista à Adriana [Negreiros, repórter do UOL], né? Ele acha que ele é uma vítima de uma conspiração. Aí eu te pergunto, a troco de quê? E é verdade? E as pessoas também dizem, muito apontando o dedo para a Anielle, que a Anielle demorou a se manifestar. O Silvio Almeida também demorou cinco meses a se manifestar.

A gente não sabe que agenda ele tem agora ao dar essa entrevista para a Adriana Noal. Agora, o que a gente tem aqui é uma investigação em curso. Um acusado usando uma cartilha de defesa, que é acusar de volta, de conspiração, de chamar as mulheres de mentirosas. Cristina Fibe, colunista do UOL

O ex-ministro Silvio Almeida será ouvido pela Polícia Federal nesta terça-feira (25) como investigado no inquérito aberto para apurar as denúncias.

Continua após a publicidade

O Brasil registra pelo menos 52 denúncias de importunação sexual por dia, segundo dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no ano passado. O crime difere do assédio, delito mais conhecido. (Para entender mais a diferença, clique aqui)

Ao todo, foram 19.209 denúncias ao longo de 2021, balanço mais recente divulgado pelo fórum, ante 16.190 episódios de importunação sexual registrados em delegacias de todo o País no ano anterior. Já em 2019, haviam sido outros 13.576 casos. Especialistas, porém, afirmam que há subnotificação, diante da natureza "sutil" do crime e sua inclusão recente no Código Penal, que passou a tipificar a conduta apenas em 2018.

Landim: 'Defesa quer convencer que Bolsonaro é vítima de julgamento político'

No UOL News, a colunista Raquel Landim afirmou que a a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quer convencer a sociedade de que ele é vítima de um julgamento político, ao solicitar o impedimento dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

É isso que a defesa Bolsonaro quer fazer: passar a impressão para a sociedade brasileira de que Jair Bolsonaro está sendo vítima de um julgamento político. Raquel Landim, colunista do UOL

Nesta segunda-feira, o advogado Celso Villardi, que representa o ex-mandatário no processo em que ele é acusado de tentativa de golpe, se reuniu com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, e comunicou que vai apresentar uma petição para que Dino e Zanin não participem do julgamento do ex-presidente. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela reportagem do UOL.

Continua após a publicidade

Assista ao comentário:

Josias: 'Bolsonaro não admite plano B por medo de perder relevância política'

Ainda durante o UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que o ex-presidente Bolsonaro, considerado inelegível até 2030, não admite um plano B para as eleições do ano que vem porque não lhe convém perder relevância no cenário político.

Ele [Bolsonaro] diz 'eu sou o plano A, o plano B ou plano C' porque sabe que, se admite outra candidatura, ele transfere o seu espólio já para algum candidato alternativo. Josias de Souza, colunista do UOL

Em junho, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu tornar o ex-mandatário inelegível por oito anos, a contar das eleições de 2022. Bolsonaro foi condenado por uma reunião com embaixadores em julho de 2022, a pouco mais de dois meses das eleições. Nela, ele atacou, sem provas, a credibilidade do sistema eleitoral. O encontro foi transmitido pela estatal TV Brasil.

Continua após a publicidade

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) são apontados como possíveis nomes para substituir Bolsonaro na candidatura às eleições presidenciais de 2026. Freitas negou essa possibilidade e disse que irá concorrer à reeleição ao governo do estado.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

Veja a íntegra do programa:

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.