'A ex dele era melhor de cama'? Saiba como deixar esse ciúme pra trás

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A situação é mais comum do que gostaríamos: o casal está transando numa boa quando, de repente, um pensamento sabotador toma conta da mente da mulher: "Será que ex dele era melhor/mais gostosa/mais quente/mais incrível do que eu?".
Se você se identificou com essa vibe paranoica, saiba que não está sozinha - não são poucas as que, na hora H, sentem uma espécie de ciúme retroativo do passado do par, colocando-se numa espécie de competição imaginária com antiga(s) parceira(s) do boy.
Essa a insegurança em relação à qualidade da performance da ex é mais um fruto da cultura patriarcal e machista que, infelizmente, ainda estimula a rivalidade feminina e ensina que o papel da mulher é sempre agradar o homem. Esse 'agrado' vai desde cuidar dos serviços domésticos até o investimento na estética e o desempenho no sexo.
Há uma ideia enraizada — e totalmente errada — de que se a mulher não agradar o parceiro, ele pode procurar outra, então subentende-se que a 'atual' precisa se mostrar melhor do que a ex em tudo. Isso gera uma série de cobranças e sofrimento, pois a mulher começa viver em função de agradar o homem e muitas vezes perde até sua própria identidade.
O pior é que, quando isso acontece, é comum que os sentimentos de ciúme e rivalidade tirem a atenção do sexo em si, travando o prazer. Isso interfere negativamente na qualidade da relação, o que, por sua vez, aumenta a sensação de frustração.
Quem vive de passado é museu
Também é importante entender a quantidade - e profundidade - de informações que você precisa saber da vida pregressa de seu parceiro. Em algumas circunstâncias, a própria mulher se encarrega de fazer perguntas sobre o relacionamento anterior, inclusive detalhes sexuais. Mas será que precisa mesmo saber desses detalhes? Talvez isso apenas aumente a baixa autoestima.
De qualquer forma, é um tipo de competição da qual é impossível a mulher se sentir vencedora, uma vez que não há o que ou quem superar. Nenhuma pessoa é igual à outra, cada casal é um casal - mesmo que um dos indivíduos da dupla seja o mesmo. Portanto, também funcionam e combinam de modos diferentes nos relacionamentos.
Vale reforçar: a segurança está diretamente ligada ao status do seu amor-próprio. Quando uma mulher está bem consigo mesma, ela se sente confiante e isso reflete em todos os campos da vida. Para se sentir segura no sexo, é importante que você seja dona do seu próprio prazer, se conheça emocionalmente e sexualmente e cuide da sua saúde física e emocional.
Dicas para evitar que o ciúme do passado do par prejudique o sexo entre vocês
Deixe o passado no lugar dele
Todo mundo tem passado, inclusive você. Isso não será possível mudar. Por mais que você acredite que a ex tenha características incríveis, ela não faz mais parte da vida dele.
Não se compare
Nem tente comparar sua vida afetiva e sexual com a vivida no passado. Se esse fantasma lhe atormentar, procure entender suas razões para isso. Não se desqualifique, nem se sinta inferior à outra pessoa.
Invista no seu autoconhecimento sexual
Ninguém é capaz de saber melhor do que você sobre o que a excita e proporciona prazer. Leia sobre o assunto e procure sanar suas dúvidas. O conhecimento trará mais segurança e, a partir disso, mais possibilidades para vivenciar com o parceiro. Se permita experimentar, assim irá descobrir suas habilidades e preferências na cama. Sexo não é disputa, é envolvimento.
Abra o jogo sobre seus desejos, necessidades e fantasias
Crie, em seu relacionamento, um espaço para acolhimento e escuta para qualquer sentimento que provoque desconforto. Para que o sexo seja bom, o casal também precisa estar afinado na comunicação.
Entenda que sexo é só uma das partes de um relacionamento saudável
O que mantém o vínculo de um relacionamento não é o quanto uma pessoa agrada ou se sacrifica pela outra, mas comprometimento, escolha, respeito e companheirismo. A mulher pode se sacrificar, fazer tudo o que tiver ao seu alcance e, ainda assim, se o parceiro não quiser continuar pode terminar a relação. Portanto, desenvolva a ideia de que a pessoa tem que querer estar em um relacionamento pela pessoa que você é, e não pelo que você faz em prol dela.
Fontes: Adriane Branco, psicóloga e pesquisadora do CEPCOS (Centro de Estudos e Pesquisas em Comportamento e Sexualidade); Jéssica Siqueira, psicóloga especializada em sexualidade; e Nina Taboada, psicóloga e autora do livro "Psicologia no Cotidiano" (Ed. Contexto).
*Com matéria publicada em 5/3/2021
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