'Triste por quem perde, feliz pelo meu coração', diz criança transplantada
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Bárbara Freitas conta como foi viver a jornada de transplante da filha Lorena, de 8 anos, que nasceu com uma condição rara no coração e passou mais de cinco anos à espera de um novo órgão. A conversa acontece em 'Amar', programa apresentado por Mariana Kupfer, que vai ao ar toda segunda-feira no YouTube de Universa, e toda sexta-feira às 20h no Canal UOL.
A notícia de que a filha nasceria com uma cardiopatia grave chegou antes do parto. "O médico falou que ela ia precisar ficar internada por tempo indeterminado e futuramente ela precisaria entrar para a fila do transplante", conta a mãe.
Logo após o nascimento, Lorena passou cinco meses internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para receber medicações específicas para sua condição. Demorou cinco anos e dois meses para que um coração compatível chegasse - antes de entrar na fila, a pequena ainda teve de esperar ter condições de passar por uma cirurgia desse porte.
"Ela tinha limitações, se cansava com muito esforço, gripava fácil e precisava ficar internada na UTI, era muito sensível. Tinha que brincar sentada, frequentava a escola mas precisava tomar dez medicamentos diários", lembra Bárbara.

Em maio de 2024, Lorena foi internada e ficou dois meses à espera de um doador. Quando a notícia chegou, Bárbara conta que ela e a filha experimentaram um misto de sentimentos. "Eu parei e todos os meus pensamentos se voltaram para mãe que doou", afirma.
Em um vídeo gravado no hospital, no dia em que receberam a notícia de que o coração estava a caminho, Lorena comemora, mas também fala sobre do pesar em relação ao doador. "Triste por causa da família que vai perder o parente, mas muito feliz porque o meu coração está chegando", diz.
A cirurgia foi um sucesso e logo Lorena voltou para casa. Um mês depois, quando tudo parecia caminhar para uma vida sem problemas, ela sofreu um derrame e passou por um novo procedimento cirúrgico.
"Esse foi um momento que eu quase a perdi. Foi uma madrugada desesperadora, mais sete horas de cirurgia, teve que abrir de novo no mesmo lugar, mas depois ficou tudo bem", conta Bárbara.
Depois do susto, Lorena se recuperou e está vivendo como sempre sonhou: correndo e brincando sem se cansar, como uma criança saudável. "A Lorena é outra criança, você consegue ver vida nos olhos dela. Corre, brinca, vai para escola. Quando transplanta é tudo novo, um bebê recém-nascido", comemora Bárbara.
A lei não permite que a pessoa transplantada conheça a família do doador. Por isso, durante sua participação em "Amar", Bárbara deixou uma mensagem emocionante para a mãe da criança que doou o coração para Lorena.
Gratidão por dizer sim à doação de órgãos, sem conhecer a mim e a minha filha. No momento mais desesperador da sua vida você olhou para o próximo e teve essa empatia, esse amor. Muito obrigada, você salvou a vida da minha filha.Bárbara Freitas, mãe de Lorena, de 8 anos
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