Podem deixar manchas! Procedimentos estéticos que é melhor evitar no verão

O verão é uma das estações mais gostosas do ano, mas, devido aos altos índices de radiação UV, também traz uma série de riscos para quem quer fazer tratamentos estéticos.

Muitos deles geram um processo inflamatório na pele e, por isso, não são recomendados nessa época do ano, devido ao risco aumentado de desenvolver manchas escuras (ou hiperpigmentação) ou de deixar marcas permanentes.

"Procedimentos que causam vermelhidão, descamação ou outras agressões são os que oferecem maior risco. Inclusive, até um corte cirúrgico pode deixar manchas se não houver proteção", alerta Meire Parada, dermatologista e conselheira da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Por isso, é essencial escolher com cuidado os tratamentos que você vai realizar nessa estação, priorizando procedimentos que não sensibilizem a pele. Além disso, deve-se redobrar a proteção solar todos os dias com um FPS de, no mínimo, 30 e reaplicá-lo ao longo do dia.

Entre os tratamentos que não são recomendados no verão estão:

  • Peelings químicos profundos
    Jato de plasma
  • Depilação a laser
  • Tratamentos com ácidos

A seguir, explicamos como é cada um desses procedimentos e mostramos os que estão liberados na temporada de calor.

Tratamentos de beleza não recomendados no verão

Peelings químicos profundos

Os peelings químicos utilizam substâncias para promover a descamação controlada da pele, com o objetivo de tratar manchas, cicatrizes, linhas finas e melhorar a textura geral. Dependendo da profundidade de ação, os peelings são classificados em superficiais, médios e profundos.

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Enquanto os superficiais atuam apenas na camada mais externa da epiderme, causando uma leve renovação, os médios e profundos penetram mais profundamente, promovendo uma reação inflamatória que estimula a renovação celular em camadas mais internas. Por isso, os peelings químicos, especialmente os médios e profundos, são contraindicados no verão pois, em contato com a radiação UV, aumentam significativamente os riscos de hiperpigmentação e marcas permanentes.

Depilação a laser

O laser age diretamente na raiz do pelo, atraído pelo seu pigmento, penetrando nas camadas profundas da pele. Esse processo, que destrói o folículo piloso, provoca uma inflamação e vermelhidão (eritema) ao redor dos pelos carbonizados pelo laser aumentando o risco de manchas se houver exposição ao sol, além de deixar a área tratada mais sensível e propensa a queimaduras solares.

Tratamentos com ácidos

Os ácidos —retinóico e glicólico, por exemplo— são muito usados para tratar diversos problemas de pele, como acne, manchas e sinais de envelhecimento. No entanto, durante o verão, o uso dessas substâncias deve ser evitado, principalmente devido à sensibilização que causam na pele.

Quando aplicados, os ácidos deixam a pele mais vulnerável à radiação UV, o que aumenta o risco de danos solares, como queimadura e inflamações, que podem fazer a pele descamar, levando ao risco de hiperpigmentação (manchas).

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"A boa notícia é que existem alternativas seguras para o verão, como a vitamina C, que não causa fotossensibilidade, ao mesmo tempo que oferece benefícios similares aos dos ácidos, sem o risco de sensibilizar a pele ao sol", diz Salomão.

Jato de plasma

O jato de plasma —um estado da matéria semelhante ao gás— é aplicado sobre a pele para gerar um efeito térmico localizado e controlado na superfície. O calor causado por essa energia estimula a produção de colágeno, ajuda a reduzir de manchas e melhorar a textura da pele, promovendo o rejuvenescimento. Porém, como atua na superfície da pele e causa um processo inflamatório, seu uso não é recomendado no verão, sob o risco de causar manchas e até cicatrizes

Tratamentos de beleza liberados no verão

Limpeza de pele

O procedimento remove impurezas, desobstrui os poros e controla a oleosidade, oferecendo benefícios que ajudam a manter a saúde e a aparência da pele, especialmente durante os meses mais quentes. Apesar de ser menos agressivo, é essencial que seja realizado por profissionais preparados e, depois, seguir os cuidados recomendados: evitar a exposição direta ao sol nas primeiras 48 horas e aplicar protetor solar com alta proteção logo após o tratamento. Isso garante uma recuperação segura e previne possíveis manchas ou irritações.

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Preenchimento com ácido hialurônico

O ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente no organismo, responsável por atrair e reter água, garantindo hidratação e firmeza à pele. Em tratamentos estéticos, é usado em sua forma sintética para suavizar rugas, repor volumes perdidos e realçar contornos faciais.

Por ser minimamente invasivo, 100% compatível com o organismo humano e não causar descamação ou sensibilidade excessiva à luz solar, o tratamento pode ser feito sem medo durante os meses de verão. "No entanto, os médicos costumam recomendar aguardar de 3 a 4 dias após a aplicação antes de se expor à luz solar. Isso porque a aplicação da substância causa um pequeno processo inflamatório, que dura apenas um ou dois dias, mas pode pigmentar em contato com o sol", explica o dermatologista Abdo Salomão, membro da American Academy of Dermatology (AAD).

Aplicação de toxina botulínica

Na estética, a toxina botulínica é usada para suavizar rugas e linhas de expressão causadas pelo movimento repetitivo dos músculos faciais. Ela age bloqueando a comunicação entre os nervos e os músculos, impedindo que eles se contraiam excessivamente. Isso relaxa a musculatura, suavizando rugas dinâmicas e linhas de expressão. Essa ação não acontece na pele, mas diretamente no músculo. Assim, esse procedimento não causa descamação ou qualquer reação inflamatória que torne a pele mais vulnerável à radiação ultravioleta, sendo seguro para ser realizado em qualquer estação.

Ultrassom microfocado a frio

Indicado para estimular a produção de colágeno e promover o rejuvenescimento, o ultrassom microfocado é uma tecnologia que, por meio de ondas de ultrassom concentradas em pontos específicos, atinge camadas profundas da pele. Hoje, alguns desses aparelhos possuem uma tecnologia específica que não causa processo inflamatório ou sensibilização na superfície, por isso, pode ser realizado em qualquer época do ano. "Seu tempo de exposição à pele é muito curto. Tão rápido que não transfere calor", esclarece Salomão.

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Radiofrequência monopolar

Este tratamento utiliza ondas de rádio para aquecer as camadas mais profundas da pele, causando um aquecimento controlado que estimula a produção de colágeno e melhora a firmeza. A radiofrequência monopolar não interfere diretamente na superfície da pele nem causa fotossensibilidade. "É importante não confundir com a radiofrequência microagulhada, que pode causar uma leve inflamação e aumentar a sensibilidade da pele. Por esse motivo, o procedimento não é recomendado durante o verão", alerta Meire Parada.

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