'Achei que era a culpada, demorei aceitar', diz mãe de filho com paralisia

Vania Ferreira se abre com Mariana Kupfer ao dividir os momentos de incerteza que viveu ao lado do filho Igor, hoje com 26, diagnosticado com paralisia cerebral severa. A conversa está no novo episódio de 'Amar + Materna', programa apresentado por Mariana, que vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa e toda sexta-feira às 20h no Canal UOL.

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Além do susto de uma gravidez precoce aos 15 anos, ela também precisou enfrentar as dificuldades de um parto prematuro aos 7 meses de gestação. "Foi um vendaval, eu era uma menina ainda. Em um dia eu era criança, no outro tive que me tornar mulher", conta.

As complicações apareceram logo após o nascimento de Igor: ele foi encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e sofreu com uma parada cardiorrespiratória, hemorragia pulmonar e convulsões.

"O que eu recebi quando saí do hospital foi a resposta de que provavelmente meu filho não ia andar. Por mais que eu percebesse que tinha algo errado, eu não queria aceitar, tem aquela questão que toda mãe fala: é a prematuridade", conta Vania.

O diagnóstico de paralisia só veio quando ele chegou aos seis meses de idade. Mesmo assim, a mãe desabafa que aceitar a condição do filho não foi um processo fácil.

"Me lembro que eu ficava bastante irritada quando alguém sugeria que eu procurasse um neurologista, porque na minha cabeça meu filho não tinha nenhum tipo de deficiência. A aceitação demorou para vir", afirma.

Somado a isso, a escassez de informações sobre paralisia cerebral e a falta de acolhimento da equipe médica fizeram com que Vania atravessasse um período depressivo, sem perspectiva de um futuro feliz ao lado da família.

Primeiro eu me senti invisível, sabia que meu filho tinha um comprometimento grave, mas eu queria um olhar mais voltado pra mim, enquanto mãe. Para mim a culpa era minha, que eu não estava fazendo o suficiente. E eu nunca tive esse acolhimento e essa explicação.Vania Ferreira

Depois de enfrentar a solidão na jornada com o filho, com idas e vindas durante o acompanhamento, Vania decidiu se tornar fisioterapeuta para poder cuidar de Igor e melhorar sua qualidade de vida. Além de atuar na área, criou um projeto social onde atende famílias que não têm acesso à fisioterapia.

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Aos 26 anos, Igor adora andar de carro, ouvir música e ir a restaurantes.

"Ele ama violão, desde criança, aprendi a tocar por causa dele e hoje uso isso na fisioterapia com outras crianças. O Igor tem um feeling para música muito bom, você vê que ele acompanha o ritmo, é uma forma de acalmá-lo desde recém-nascido", conta Vania.

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