O que é ménage? Dicas para viver fantasia de maneira segura e com prazer

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Ménage vem da expressão francesa "ménage à trois", que, originalmente, significa família de três pessoas, em tradução literal é "moradia a três". Entretanto, a expressão passou a ser utilizada para designar a prática sexual entre três pessoas.
Do ponto de vista sexual, o ménage pode ser feito de diversas formas e pode envolver pessoas do mesmo sexo, de gêneros diferentes, pode ser parte de um gênero e parte de outro, além de não precisar ser necessariamente um casal também.
Inserir uma terceira pessoa no sexo nem sempre é tão simples. Portanto, separamos algumas dicas para você aproveitar a experiência da melhor forma possível, caso tope realizar a fantasia.
Quando deve ser feita?
É muito comum que algumas pessoas se coloquem nesse lugar para satisfazer os desejos do par, mas é muito importante que as três pessoas que decidiram fazer o ménage estejam de acordo e tenham um desejo genuíno para a realização do fetiche. Nunca faça se você não tiver certeza e não tiver desejo.
É preciso que a pessoa tenha certeza absoluta de que ela também tem esse desejo, que também faz parte do universo da fantasia dela e não só da outra pessoa. A primeira regra é que seja consensual e seguro para todos. Portanto, o ménage deve ser feito quando todo mundo estiver a fim de fazer.
Como iniciar a conversa?
No caso de um casal, pode-se começar fantasiando ou conversando sobre isso numa situação que exista alguma excitação naquele momento. Então, durante uma relação, vale tentar imaginar uma pessoa ali com eles e ver como que o par reage a essa fantasia. Às vezes uma conversa franca também funciona. Depende muito do entrosamento do casal.
Uma sugestão é abrir um grupo de WhatsApp só do casal para esse papo não se misturar com as coisas do dia a dia e ir gradativamente soltando ideias e desejos. Pode ser um canal para falar sobre desejos e sensações ao lembrar da pessoa. Assim, o tesão vai crescendo mutuamente e aos poucos. Afinal, é muito importante compartilhar desejos e fantasias em uma relação.
Por outro lado, se não existe um relacionamento amoroso, há oportunidades em aplicativos ou festas liberais em que as pessoas se encontram para experimentar uma prática liberal ou a três.
Chamar uma pessoa próxima é uma boa ideia? Ou melhor alguém desconhecido?
Depende muito. Tem casal que prefere utilizar de trabalhadores sexuais porque querem manter essa neutralidade. Outros querem que seja uma pessoa próxima, com quem o casal já tenha uma certa intimidade.
Às vezes o ménage é feito com a mesma pessoa várias vezes, que é uma pessoa com quem o casal se sente seguro e por quem eles têm muita atração e desejo. Dessa forma, é preciso estabelecer quais são os limites dessa interação.
Muitos preferem que seja uma pessoa desconhecida por causa das questões e consequências que vêm depois dessa relação. Então, a escolha da terceira pessoa vai depender muito do que cada um deseja.
E, claro, a gente sempre tem que deixar prevalecer essa relação de como o outro se sente. E até mesmo na escolha da parceria é muito importante que tenha um consentimento dos dois.
Como encontrar a pessoa certa para um ménage?
A pessoa certa é aquela que gera desejo e excitação nos dois que estão chamando a terceira. Normalmente, as pessoas se conhecem em um ambiente em que essa possibilidade já está aberta.
Como criar um clima legal e não deixar ninguém de lado na hora H?
O ménage é uma troca sexual entre três pessoas, logo, é importante que todos façam parte, se sintam desejados e valorizados. Ou seja, procurar satisfazer os três que estão participando.
Quais são as seguranças que devem ser tomadas?
Sexo a três ou com mais de uma pessoa precisa ser praticado com preservativo. E a cada troca, caso haja penetração, é preciso fazer a troca de preservativo, porque corre o risco da transmissão de doença entre os três.
Toda e qualquer tipo de prática sexual tem que ter um contrato de segurança. Então, se as pessoas não tiverem buscando uma terceira pessoa para se relacionar, for uma coisa literalmente sexual, como é a proposta mesmo do ménage, que isso fique bem claro, que isso seja estabelecido nessa parceria.
Além disso, ter uma palavra de segurança para ser usada durante a prática é importante. Dessa forma, o outro tem como saber se você está gostando ou não e o que está incomodando .
O que não se deve fazer?
Não é indicado fazer uma proposta de ménage com o ex ou uma pessoa que você já conheça e teve uma relação afetiva/sexual. Ou, então, uma pessoa que você tenha interesse de transar fora daquele contexto.
Ou seja, trazer coisas que fazem parte só do universo do seu desejo sem que o outro saiba e deixar uma das pessoas de fora são coisas que não devem ser feitas durante o ménage. O limite de qualquer pratica sexual é o limite do outro. Não tem nada que não pode, desde que seja saudável, que mantenha a sanidade de todos e que seja consensual.
Como lidar com o ciúme?
Muitas vezes, com essa prática vem junto o ciúme. Para ajudar nisso, é preciso ter uma conversa no início da experiência para estabelecer como lidar com as dificuldades do outro. Até porque, existem consequências e os casais têm que estar preparados.
Quem tem uma prática liberal tem que estar aberto a segurar a onda depois. Por isso, conversar sobre ciúmes antes de partir para o ménage é a melhor escolha. Porém, está tudo bem de conversar também na hora da transa, pergunta se está confortável, se pode continuar, se não pode.
O que fazer quando a pessoa quer tentar, mas está insegura?
A insegurança provavelmente vai acontecer, principalmente no início. Mas é preciso ver qual é a relação do casal e se eles estão se comunicando bem. Só assim será possível saber se é a hora certa.
Vale refletir se é uma insegurança que bloqueia ou se é uma insegurança que gera uma excitação e há um certo controle. Neste último caso, só depois de experimentar é que se ganhará a confiança. Contudo, se está insegura, a melhor coisa a se fazer é conversar muito sobre essas inseguranças e espere até o momento certo.
Fontes: Nathalie Raibolt, ginecologista e sexóloga; e Quetie Mariano, psicóloga, sexóloga e sócia fundadora do Instituto de Ensino, Pesquisa e Orientação em Saúde (IEPOS)
*Com matéria publicada em 14/03/2022
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