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Taxação na Shein: o que muda na prática para o consumidor

de Universa, em São Paulo

14/04/2023 16h38

Desde que o governo anunciou que vai taxar os produtos importados da maneira incorreta, o nome de grandes empresas chinesas conhecidas pelos consumidores brasileiros não saem dos assuntos mais comentados. E uma dúvida que não sai da cabeça de ninguém é: eu vou ser taxado? A resposta é não.

Paulo Feldmann, professor de economia da USP, explicou para Universa como funcionará a cobrança de 60% de imposto que o governo deve instituir para diversos sites que vendem seus produtos de forma ilegal no país, enviando mercadorias com destinatários diferentes para conseguirem isenção fiscal.

"As empresas que vendem dessa forma não pagam imposto, o que é irregular e prejudica a competição de mercado com aqueles que pagam", explica Feldmann. Para ele, o governo busca com a atitude aumentar a arrecadação e evitar atividades ilegais - algo que é difícil fiscalizar no mundo todo, não só no Brasil.

Como vai funcionar na prática

Imagine que você fez uma compra de R$ 250 reais em um site estrangeiro. Desse valor, a empresa precisa pagar para o governo brasileiro 60% em impostos. Ou seja: terá um custo extra de R$ 150 em tributos. A cobrança é feita da empresa que pode, ou não, repassar para o consumidor um valor maior na mercadoria para compensar a diminuição do lucro.

"A consequência imediata disso é que, quando o consumidor entrar na internet para comprar, pode acabar se deparando com um valor mais alto e ser desestimulado de fazer compras em lojas fora do Brasil", diz Feldmann.

Além de interromper uma irregularidade chamada fraude fiscal, a taxação ajuda a diminuir a concorrência desleal com vendedores de mercadorias brasileiras.

Durante o programa Sem Filtro de hoje (14), a apresentadora Cris Guterres também reforçou algumas preocupações em relação à compra nesses sites, como trabalho análogo à escravidão e também "truques" para driblar tributos.

Tem uma questão sensível de trabalho análogo à escravidão de sites de países com leis trabalhistas frágeis e, por isso, o produto é muito mais barato. Mas é preciso fazer inúmeras análises. Muitas empresas utilizam truques para não pagar taxas que lojistas brasileiros pagam e o mercado interno perde muito. Cris Guterres

Influenciadores divulgam golpe usando nome da Shein

Além de ganhar o noticiário por conta da taxação de seus produtos, a Shein também foi falada durante a semana por muitos influenciadores estarem fazendo posts e divulgando um golpe que promete dar dinheiro apenas para avaliar roupas da Shein e de outras lojas.

A jornalista Cris Fibe comparou o golpe à disseminação de fake news durante o Sem Filtro e também alertou para a necessidade de se fazer um filtro sobre o conteúdo que é consumido diretamente de influenciadores.

Essa coisa dos influenciadores tem uma disseminação muito gigante de comunicadores que às vezes disseminam informações erradas. Temos que ter muito cuidado ao fazer esse filtro. (...) tem que tomar cuidado com posicionamento político e ideais de aparência porque as pessoas influenciam em vários níveis. Tem que ter um cuidado grande ao seguir, e quando seguimos precisamos filtrar e avaliar as informações. Cris Fibe

Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: