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Johnson & Johnson para de vender talco: por que produto faz mal a bebês?

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

13/08/2022 15h44

A Johnson & Johnson anunciou recentemente que vai suspender a produção e a venda de talco em pó em todo o mundo. A justificativa da empresa foi a falta de interesse do público —mas, segundo pediatra consultado por Universa, o produto não deveria ser usado em bebês e crianças pequenas em hipótese alguma.

"A principal preocupação é a aspiração contínua desse pó, composto por partículas muito pequenas que, quando entram na via aérea e seguem até o pulmão, podem causar inflamação, infecção e alergias", explica o pediatra Pedro Cavalcante, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família.

A Johnson & Johnson afirma que o produto é seguro, mas enfrenta processos judiciais que alegam que o talco, feito de um mineral de origem secundária a partir de silicato de magnésio hidratado, pode causar inflamações e gerar câncer. A doença acometeria, especialmente, o órgão reprodutor feminino, explica o médico.

Segundo Pedro, o uso do talco em pó para bebês está mais relacionado à cultura popular, que vem de gerações e gerações, do que à eficácia contra assaduras, que não é comprovada.

Ele desencoraja o uso de qualquer produto em pó na higiene das crianças pequenas, inclusive caseiros, como amido de milho, e sugere o uso do talco líquido, que nada mais é do que um tipo de hidratante que pode ajudar a combater assaduras e brotoejas.