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Relatos de estupro contra modelo que atropelou e matou no RJ são analisados

Priscila Trindade conta que foi vítima de estupro por Bruno Krupp - Reprodução/Instagram
Priscila Trindade conta que foi vítima de estupro por Bruno Krupp Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa, do Rio de Janeiro

05/08/2022 19h45

A delegada que investiga uma denúncia de estupro contra o modelo Bruno Krupp, que atropelou e matou com uma moto o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, no último sábado (30), informou a Universa que os relatos de outras vítimas publicados na internet nos últimos dias foram somados ao inquérito policial e têm peso de prova para confirmar a acusação.

"A palavra da vítima tem especial relevância nos crimes sexuais", afirma a delegada, lembrando o entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal).

Bruno está internado em um hospital na zona norte desde o acidente. Após o episódio, a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) confirmou que em julho último uma mulher de 21 anos registrou uma queixa de violência sexual contra o modelo. Ele também responde por estelionato, mas o caso está na 15ª DP (Gávea).

Ao ler sobre essa denúncia de julho, a modelo Priscila Trindade, de 28 anos, foi ao Instagram afirmar que também foi vítima de estupro praticado por Bruno. Assim que seu post foi publicado, dezenas de mulheres mandaram mensagem para ela afirmando ter passado pela mesma situação, e ela vem postando em seu Story todas as mensagens recebidas das vítimas —elas passam de 30.

Além disso, Priscila então procurou a Deam de Jacarepaguá para se apresentar como testemunha desse estupro contra a mulher de 21 anos, e ainda esteve na 6ª DP (Cidade Nova) para registrar o que sofrera, em setembro de 2016, em Niterói, na Região Metropolitana.

Apesar das dezenas de posts de diferentes mulheres relatando as agressões, a delegada Viviane da Costa Ferreira Pinto disse que registrou apenas um depoimento na unidade, mas acrescentou ao inquérito as declarações postadas no Instagram. Afirmou ainda que a investigação está em andamento e que Bruno é aguardado para prestar depoimento após alta médica.

"O inquérito policial de estupro está em sigilo a pedido da vítima, em fase de conclusão", limitou-se a dizer.

Entre os relatos publicados, inclusive o de Fernanda, muitas mulheres contam que os estupros aconteceram há anos, mas que tiveram medo e vergonha de falar.

A delegada afirma que o medo e a exposição são mesmo os maiores obstáculos para denúncia. E lembra que caso a vítima não queira procurar uma delegacia comum ou especializada para formalizar o registro de ocorrência, ele também pode ser feito por meio da delegacia online.

Questionado sobre as acusações de estupro, o advogado de Bruno Krupp, William Pena, respondeu a Universa, por e-mail, que não pode falar daquilo e ou coisas que o próprio ainda não tomou ciência. Ou seja, Bruno não saberia dessas acusações de estupro.

"Ele luta pela saúde, está debilitado, e posso te afiançar que ele sequer tem conhecimento", disse Pena.