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Amanda Ramalho: 'Cheguei a largar o remédio achando que viveria só de amor'

Da Redação

01/08/2022 04h00

Em entrevista ao podcast Sexoterapia, a jornalista Amanda Ramalho falou sobre os desafios dos relacionamentos para quem, como ela, tem algum transtorno mental. A apresentadora do podcast Esquizofrenoias convive há anos com a depressão e a ansiedade e, mais recentemente, aos 36 anos, recebeu o diagnóstico de autismo.

Amanda contou que sempre teve muita dificuldade para lidar com as questões amorosas, seja por depositar toda a sua felicidade no outro, seja pelo medo de se mostrar como ela realmente é.

"Eu cheguei a largar o remédio várias vezes, porque achava que iria viver só de amor. E quando você para o tratamento de depressão, depois precisa recomeçar desde o estágio um" (veja no vídeo a partir do minuto 11:08). Ela diz que achava que a euforia da paixão e aquela sensação de alegria e bem-estar poderiam substituir os remédios.

Mas não é assim que funciona, lembra a sexóloga Ana Canosa. "A paixão é uma felicidade muito grande mesmo, mas apenas no curto prazo. Ela é só um aditivo bom, uma sensação gostosa, mas que não vai substituir a medicação nem a terapia". (veja no vídeo a partir do minuto 13:31)

Da paixão louca pelo outro ao amor próprio

Até descobrir isso, Amanda passou por muitas idas e vindas em tratamentos. E, ao mesmo tempo em que aprendia a lidar com suas questões psíquicas, também aprendia lidar com o julgamento dos outros. "As pessoas não conseguem entender o comportamento diferente. Elas ficam com raiva, se afastam, põem a culpa em você", diz. (veja no vídeo a partir do minuto 14:52)

Ela conta que depois de muita terapia entendeu que nenhum amor iria curá-la, mas que se ela parasse de se negligenciar, poderia viver um amor mais maduro, que trouxesse esse aditivo bom da paixão de forma mais saudável.

"E foi nessa época que eu conheci o Vinicius [o atual namorado, com quem mora junto]. Acho que se fosse em outra época, ele não iria gostar de mim. Foi a pessoa certa na hora certa", diz. (veja no vídeo a partir do minuto 9:09)

Amanda também aprendeu que para estar bem com o outro é preciso estar bem consigo própria. "Eu não tenho que esconder a minha situação. Se eu tivesse alguma coisa na minha pele, não esconderia. Eu não preciso ter coragem de ser eu.
Acho que a gente tem que acolher a nossa diferença", conclui. (veja no vídeo a partir do minuto 49:13)

Sexoterapia é o espaço criado por UOL/Universa para falar de sexo e relacionamento. Você pode conferir o programa em plataformas de áudio como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music. No Youtube de Universa, o programa também está disponível em vídeo.