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Como Ivete Sangalo: como falar sobre sexo com filhos adolescentes?

Ivete Sangalo com o filho Marcelo, de 12 anos - Manuela Scarpa/Brazil News
Ivete Sangalo com o filho Marcelo, de 12 anos Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

07/06/2022 11h44

"Sabe tudo, não tem negócio de 'nhenhenhe, nhunhunhu', não. Eu ensino a ele e digo: juízo!" - assim Ivete Sangalo contou ao público de um show em Lauro de Freitas (BA), no domingo (5), que conversa com o filho Marcelo, de 12 anos, sobre sexo. "A máquina já funciona", completou, se referindo ao adolescente, que estava no palco com ela durante a declaração e ficou visivelmente sem graça com o comentário.

Mas, afinal, há idade certa para falar sobre sexo com os filhos? E jeito certo, existe? Não - pelo menos de acordo com a psicanalista Bárbara Robichez Müller, especialista em crianças e adolescentes.

Em conversa com Universa, ela contou que, embora não exista uma "cartilha" ideal para começar a falar sobre o assunto, é importante que os adultos -sejam pais ou outros cuidadores- criem uma relação de confiança e cumplicidade com os filhos, crianças e adolescentes, para que se sintam confortáveis e acolhidos ao falar sobre sexo.

"O marcador cronológico depende muito da experiência individual de cada criança, então não existe uma idade certa -tem criança que é mais curiosa, que quer saber mais. Mas, se ela se sente segura e tiver um canal aberto para falar sobre qualquer assunto com os pais, vai apresentar suas dúvidas quando se sentir pronta para isso", fala a profissional.

Em outras palavras, uma vez que a criança ou adolescente se sente confiante e seguro em conversar com os pais sobre qualquer assunto pelo qual tenha interesse e curiosidade, vai partir dela abordar o tema.

"Cabe muito mais a essa criança ou adolescente apresentar dúvidas quando se sentir confortável, do que aos pais apresentar uma série de informações que, muitas vezes, ela nem está interessada ou pronta para absorver", explica. "Neste caso, o filho pode se sentir intimidado, invadido. Nessa idade, eles sentem muitas inseguranças" - seja em relação ao próprio corpo, às relações com amigos, à vida social, fala Bárbara Robichez Müller.

Essa relação de cumplicidade e confiança, portanto, também é importante para que os adultos tenham sensibilidade de entender os conflitos que os filhos estão atravessando.

"Crianças e adolescentes precisam de escuta, acolhimento, mas sem julgamentos, para que desenvolvam sua identidade e sua sexualidade de forma sólida e saudável", completa.