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Conheça Rosane Kaingang, ativista indígena homenageada pelo Google

Rosane Kaingang "trabalhou incansavelmente" na luta pelos direitos dos povos indígenas, em especial, as mulheres - Reprodução/Google
Rosane Kaingang 'trabalhou incansavelmente' na luta pelos direitos dos povos indígenas, em especial, as mulheres Imagem: Reprodução/Google

Rafaela Polo

De Universa, São Paulo

03/06/2022 13h02

No aniversário de 30 anos da Eco-92, conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento sediada no Rio de Janeiro, o Google amanheceu nesta sexta-feira (3) com uma homenagem a Rosane Kaingang, ativista brasileira que dedicou sua vida à proteção dos direitos dos povos indígenas do país. No vídeo em que o Google explica a homenagem à ativista, o buscador destaca que ela "trabalhou incansavelmente" na luta pelos direitos dessa população.

Rosane Kaingang foi uma das responsáveis por criar o Conselho Nacional de Mulheres Indígenas do Brasil (Conami), fundamental para que mulheres indígenas consigam se organizar para reivindicar seus direitos. A ativista participou também de outros movimentos como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela faleceu em 2016, aos 54 anos, vítima de um câncer.

"Cada povo [indígena] tem sua forma de olhar, sua cosmovisão, sua forma de ver e viver, sua forma do uso da terra, sua forma de pintura, a cultura tradicional. Então somos povos diferentes uns dos outros. O que nos une é a luta pela terra e pela preservação dos direitos", disse Rosane em entrevista à Revista Insurgência em 2015.

Vida política e ativa

O ativismo de Rosane começou durante sua participação na Eco-92. Desde então até seu falecimento em 2016, ela se envolveu na luta pelos direitos indígenas, principalmente das mulheres. Fez parte da Funai nos anos de 2001 e, entre 2005 e 2007, exerceu o cargo de coordenadora-geral de Desenvolvimento Comunitário. Na época, sua função era criar uma estrutura que permitisse o apoio a projetos de mulheres indígenas e suas organizações políticas.

A ativista era descendente dos Kaingang, que vivem em mais 30 Terras Indígenas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela fez parte da articulação política da Arpinsul (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul) e da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Suas origens

Em entrevista à revista Insurgência em 2015, Rosane explicou o significado de seu nome. ""Meu nome indígena é Kokoj, que significa beija-flor", disse. Ela foi batizada em uma cerimônia em homenagem a sua bisavó, que morreu com 120 anos. Por esse motivo, o pássaro foi escolhido para estar ao seu lado na ilustração do doodle do Google.