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Método 'cebola': pediatras dão dicas para vestir as crianças em dias frios

Como agasalhar crianças da frente fria? Especialista dá dicas Imagem: Getty Images

Júlia Flores

De Universa

20/05/2022 04h00

Com a chegada da frente fria ao país, um alerta se acendeu na cabeça dos pais: como proteger os filhos da exposição ao tempo frio mesmo quando o guarda-roupa da criança não está lotado de casacos e agasalhos grossos para enfrentar temperaturas como a que São Paulo alcançou na madrugada desta quarta (19), com os termômetros registrando 6º graus?

O "método cebola" é uma técnica recomendada por pediatras e especialistas para agasalhar as crianças, especialmente em países onde as temperaturas são mais altas e não há muita variedade de roupas para enfrentar o inverno.

A técnica leva esse nome porque as roupas são dispostas em camadas — uma peça de cada vez - no corpo dos pequenos. O método faz analogia à cebola, que é um legume feito de camadas. Universa ouviu especialistas para pegar mais dicas

O que é o "método cebola"?

A médica Rafaella Gato, especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), explica o que é a técnica e por que tantos especialistas recomendam: "Como não somos um país acostumado a baixas temperaturas, nosso guarda-roupa não está preparado para quedas térmicas severas, como a que aconteceu na última semana. Por isso aconselhamos que os pais, em vez de comprarem novas peças para proteger os filhos do frio, usem diversas roupas para garantir o agasalhamento deles". Isso facilita também a retirar as peças se a temperatura subir ou a criança sentir calor após atividades intensas como brincadeiras ou prática de esportes.

Segundo a médica, o ideal é utilizar tecidos não sintéticos, normalmente de algodão ou de uma malha mais macia para vestir crianças para evitar alergias e problemas respiratórios. Mas a pediatra acalma as mães: "Não é porque você esqueceu de mandar casaco para o filho na escola um dia que ele vai ficar doente".

Riscos da longa exposição ao frio

Rafaella alerta que longos períodos de exposição da criança ao frio podem acarretar hiportermia - quadro grave em que a temperatura corporal fica abaixo dos 35º.

Quanto a resfriados ou gripes, a médica esclarece que baixas temperaturas não são as principais responsáveis pela disseminação de doenças respiratórias. "Isso acontece porque, no inverno, as pessoas ficam muito tempo em locais fechados; as crianças, no caso, em salas de aula ou creches", diz.

Além disso, crianças não costumam seguir métodos de contenção de saúde na hora de espirrar (como, por exemplo, tampar a boca com cotovelo ou a mão), o que leva a maior disseminação do vírus.

Dicas de como proteger a criança do frio

Segundo especialistas, o ideal é procurar "regular" a temperatura do ambiente. É bom lembrar que por roupas demais também não é bom. A pediatra Rafaella Gato lembra que excesso de roupa ou de calor pode levar à hipertemia.

O ideal é tocar no corpo da criança para identificar se ela está com frio ou não. "Tente medir a temperatura através do toque de partes como o pescoço e o peito. Só pela mão não adianta; muitas vezes a criança não está com frio, mas a mão está gelada".

Bebês e recém-nascidos merecem atenção especial

A pediatra ressalta que bebês, principalmente os mais novos, com apenas 3 meses de vida, merecem atenção especial no inverno, já que eles são mais suscetíveis a quadros de hipotermia.

"Bebês ainda não possuem um bom controle térmico, pois a pele é muito fina", esclarece. Os sintomas de um quadro hipotérmico são queda na frequência cardíaca, diminuição na respiração e episódios de convulsão.

A médica pediatra Ingrid Simões adiciona: "O recém-nascido está acostumado à temperatura corporal da mãe, por isso tem mais dificuldade de se esquentar". A região da cabeça do bebê é a que perde mais calor, por esse motivo, Ingrid destaca a importância de proteger a região com toucas e roupas com capuz.

Já quanto ao uso de luvas, a médica faz outra observação: a que a peça seja usada apenas fora de casa, já que o tato é um sentido importante para o desenvolvimento da criança. "Além disso, não é recomendado que o recém-nascido durma enrolado em coberta e manta— pelo risco da asfixia. A opção mais correta é o uso do saco de dormir".

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