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Propaganda de sutiãs da Adidas é banida por exibir diversos tipos de seios

Campanha da Adidas para celebração da diversidade de corpos foi mal recebida pelo público. - Divulgação/Adidas
Campanha da Adidas para celebração da diversidade de corpos foi mal recebida pelo público. Imagem: Divulgação/Adidas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/05/2022 11h20

Os anúncios da Adidas que promovem sua gama inclusiva de sutiãs esportivos foram banidos do Reino Unido, sob acusação de exibirem imagens com teor "sexual". A propaganda mostra seios - e mamilos - de diversos tipos, com fotos de mais de 60 mulheres.

A multinacional alemã compartilhou colagens de seios nus nas redes sociais como parte de uma nova campanha para celebrar diferentes formas e tamanhos dos membros e ilustrar a diversidade de corpos e tons de pele entre as mulheres. No entanto, o projeto não foi bem recebido por parte do público que reclamou da nudez "explícita", além de sexismo e objetificação.

A polêmica teve grande repercussão em vários países europeus e o caso foi encaminhado à Autoridade dos Padrões de Publicidade (ASA, na sigla em inglês), organização responsável pela regulação da indústria de publicidade no Reino Unido.

As queixas dos consumidores se referiam a dois pôsteres diferentes e um tuíte da conta oficial da Adidas em fevereiro. A publicação na rede social destacou 20 pares de seios nus de várias cores de pele, moldes e medidas, além de 43 estilos diferentes de sutiã.

O slogan dizia: "Acreditamos que os seios das mulheres de todas as formas e tamanhos merecem apoio e conforto. É por isso que nossa nova linha de sutiãs esportivos contém 43 estilos, para que todos possam encontrar o ajuste certo para eles".

O outro pôster mostrava os seios nus de 62 mulheres com o slogan: "As razões pelas quais não fizemos apenas um novo sutiã esportivo".

Já o terceiro mostrou o mesmo texto e imagens recortadas de 64 mulheres, embora seus seios estivessem com um filtro distorcendo as imagens.

Após analisar os materiais publicitários, a ASA disse em um comunicado que essas imagens devem ser proibidas em mídias que possam ser acessadas por crianças, caso contrário, sua reverberação pode provocar ofensas generalizadas. A entidade também considerou que a imagem dos seios pixelizados tem um apelo sexual inapropriado, apesar de os órgãos não estarem tão escancarados.

"Embora não consideremos que a forma como as mulheres eram retratadas fosse sexualmente explícita ou as objetivasse, notamos que os seios eram o foco principal nos anúncios, e havia menos ênfase nos próprios sutiãs, que eram apenas referidos no texto anexo", explicou a ASA. "Como os anúncios continham nudez explícita, consideramos que eles exigiam uma divisão cuidadosa, para evitar ofender quem os visualizasse".

Em resposta, a Adidas disse acreditar que as imagens não eram focadas em nudez gratuita, mas destinadas a refletir e celebrar a diversidade dos corpos.

A marca também ressaltou que a decisão de cortar as modelos para que seus rostos não fossem mostrados foi por anonimato, reforçando que as imagens foram publicadas com o total consentimento das mulheres.