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Dinheiro sem tabu: 5 dicas para você começar a investir com segurança

Com objetivos definidos e valores baixos é possível dar o primeiro passo - ljubaphoto/iStock
Com objetivos definidos e valores baixos é possível dar o primeiro passo Imagem: ljubaphoto/iStock

Por Luciana Mendonça

Colaboração para Universa

07/02/2022 04h00

Você já pensou em investir, mas ficou sem saber por onde começar, ou se tinha valor suficiente para isso? Saiba que essas costumam ser as principais dúvidas de quem pretende dar um destino mais lucrativo para suas economias.

Pensando nisso, separamos algumas dicas para que você se sinta mais segura nesta caminhada que, mais que rendimentos, pode te ajudar na conquista da liberdade financeira e na realização de sonhos.

1. Trace objetivos

Antes de falarmos sobre as possibilidades de investimentos para quem está iniciando, é importante refletir sobre quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Esse passo é importante porque, quando não temos um objetivo para o dinheiro investido, nos entregamos com menos parcimônia ao consumo pelo consumo, ou seja, tendemos a usar este dinheiro para qualquer coisa.

Um segundo ponto, em relação à importância dos objetivos, é a escolha da liquidez do investimento escolhido. Complicou? De forma básica, a liquidez diz respeito a quanto tempo o dinheiro leva para estar disponível em sua conta corrente, a partir do momento que pedir seu resgate.

A poupança, por exemplo, é um tipo de investimento que tem liquidez diária. Ou seja, com o cartão da conta, ou por aplicativo, você consegue ter acesso ao dinheiro no mesmo dia. Para que tipo de objetivo a poupança é indicada? Reserva de emergência é uma boa resposta.

Como o nome diz, a reserva de emergência é criada para, caso tenha um imprevisto, possa resolver rapidamente: uma doença inesperada, o conserto do carro, um medicamento mais caro. A reserva de emergência na poupança te proporciona acesso rápido e sem burocracia ao dinheiro.

Carol Stange, educadora financeira especialista em CNPI-T, defende que o investimento esteja adequado às suas necessidades. "Para isso, é preciso que tenhamos bem definidos os objetivos, o porquê de estarmos fazendo esforço de guardar e fazer render o dinheiro.

2. Busque informações

Carol indica que o próximo passo é buscar conhecimento em fontes confiáveis. "Vemos muito conteúdo caça-likes na internet e com pouca qualidade, o que acaba deseducando quem está nesse processo de conhecer e entender as possibilidades de investimentos."

E encontrar informações em fontes oficiais, como o site da Bolsa de Valores Brasileira, chamada de B3, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) ou Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Vale dizer que essas entidades oferecem cursos, alguns gratuitos, para quem está começando.

3. Investir com pouco é possível

Eis uma dúvida frequente entre os iniciantes e que costuma espantar muita gente. Felizmente, há investimento para todos os bolsos, objetivos e níveis de conhecimento, portanto, ter muito ou pouco dinheiro não é desculpa para deixar suas reservas paradas sem rendimentos.

4. Renda fixa ou renda variável?

Antes de entrar nos investimentos propriamente dito, é preciso entender que eles estão divididos em dois grupos: renda fixa e renda variável.

Os investimentos de renda fixa, como o nome indica, são aqueles que a investidora sabe de antemão o quanto ele renderá, pois o cálculo da remuneração é definido no momento da aplicação -- como exemplo, temos o Tesouro Selic. Já com a renda variável, não temos conhecimento deste rendimento previamente -- a bolsa de valores é um exemplo de renda variável.

Vale pontuar que a renda fixa proporciona mais segurança para quem começa a investir, enquanto a variável envolve mais riscos. Então, sim, embora a renda variável possa ser a opção de quem está começando no mundo dos investimentos, é preciso ter em mente que este tipo de aplicação está mais sujeita a mudanças de mercado, o que pode garantir melhores rendimentos, mas em alguns casos, também pode haver perdas.

5. Tipos de investimentos

Antes de entrar nas possibilidades de investimentos, é bom lembrar que existem aplicações para todos os bolsos, diferentes níveis de conhecimento e tempo de aplicação. Portanto, investir é para qualquer pessoa, desde que ela tenha objetivos traçados e conhecimento para optar pelo investimento que dialogar melhor com suas necessidades.

Entre a renda fixa, um dos investimentos mais interessantes é o Tesouro Direto, que estão disponíveis para aportes a partir de R$ 30.

Quem já tem um pouco mais de dinheiro, e pode deixaá-lo render por mais tempo, há o Certificado de Depósito Bancário (CDBs). "No caso dos CDBs, minha recomendação é que a investidora escolha aqueles que oferecem acima de 100% de CDI, que é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário", explica Carol.

Para conhecimento, o CDI segue a oscilação da Selic, que é a nossa taxa básica de juros, estabelecida hoje em 10,75%.

A educadora financeira também indica os Fundos DI que remunerem 100% de CDI e que tenham as menores taxas de administração. Lembra da liquidez? Os Fundos DI têm liquidez diária. Por isso, assim como a poupança, é um ótimo instrumento para formar sua reserva financeira, ou fluxo de caixa para o seu empreendimento, com a vantagem de que rende mais que a poupança e mais que o Tesouro Direto em alguns casos. Precisou do dinheiro, ele estará disponível em até 24 horas na sua conta.

Ainda dentro da renda fixa, quem tiver R$ 10 mil para investir, Carol indica o Fundo Taxa Zero do Tesouro Selic. "Mesmo com tributação específica, ele garante bons rendimentos, acima do Tesouro Selic, inclusive", explica a educadora.

Se você está disposta a arriscar, a Bolsa de Valores também pode ser uma alternativa e não exige grandes aportes. Para quem já estudou e conhece melhor a Bolsa, é possível aportar valores baixos em ações utilizando o mercado fracionário — em que os papéis são vendidos individualmente, em quantias menores do que um lote padrão, normalmente de 100 ações.

Hora da escolha

Agora que já conhece algumas opções de investimentos, pense nos seus objetivos de curto, médio e longo prazo e estude as possibilidades de fazer o seu capital render. Pode ser a faculdade, a reserva de emergência, férias em um lugar onde sempre sonhou conhecer ou uma poupança para a faculdade dos filhos.

"Tem aumentado o número de mulheres no mercado financeiro e isso é muito positivo porque estimula outras a fazerem o mesmo. Há um mito de que mulheres não sabem investir ou são conservadoras. Isso não é verdade, o que falta é informação para escolher os investimentos mais adequados à realidade de cada uma. A maior recompensa de investir vai além dos rendimentos, temos o dinheiro trabalhando pra gente e isso é libertador", finaliza Carol.