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Shantal tomará 'providências jurídicas' sobre médico que realizou seu parto

Shantal teve áudios e vídeos vazados na internet - Reprodução / Internet
Shantal teve áudios e vídeos vazados na internet Imagem: Reprodução / Internet

Ana Bardella

De Universa

11/12/2021 16h38Atualizada em 13/12/2021 21h27

A influenciadora Shantal Verdelho disse, em nota enviada a Universa, que tomará "providências jurídicas" contra o médico responsável pelo seu parto, o ginecologista e obstetra Renato Kalil, que teria cometido violência obstétrica durante o nascimento da sua segunda filha, Domênica, fruto do seu casamento com o também influenciador Matheus Verdelho.

A declaração foi divulgada depois que áudios e vídeos de Shantal, vazados de conversas privadas, geraram revolta nas redes sociais. No material, a influenciadora —que deu à luz em setembro deste ano— desabafa sobre supostas condutas inapropriadas do médico.

No áudio que circula pela internet, Shantal diz que não consegue assistir ao vídeo do parto pois teria sido xingada pelo profissional a todo momento. "Ele me xinga o parto inteiro. Ele fala 'p*rra, faz força, p*rra, filha da mãe. Viadinha, ela não faz força direito, que ódio. Não se mexe, p*rra", disse.

No trecho do vídeo, que também foi vazado, o médico utiliza algumas destas expressões e ela rebate: "Eu tô fazendo [força]. Sou a maior interessada nisso".

Em outro áudio, Shantal afirma que o profissional teria ficado "com birra" por ela não ter feito episiotomia —uma incisão na região do períneo para facilitar a passagem do bebê, que só é recomendada em casos de risco. Segundo a influenciadora, após o parto, o ginecologista chamou seu marido e disse que ela havia ficado "toda arrebentada" e teria que dar "um monte de pontos" na sua região íntima.

Providências jurídicas

Em nota enviada a Universa por meio de sua assessoria, a influenciadora lamentou que o caso tenha se tornado público "em um momento tão delicado e importante da vida dela e de sua família", mas confirmou que o material foi vazado de um grupo privado de WhatsApp. Confira os principais trechos:

"Os vídeos e o áudio foram enviados em um momento de troca, desabafo e compartilhamento com suas amigas, a respeito de maternidade e sobre as suas escolhas de obstetras. A intenção era unicamente dividir sua experiência de forma privada e com pessoas mais próximas.

Por ser um assunto delicado e ainda constrangedor, Shantal anteriormente informou aos veículos que não iria se posicionar, porém, com as recentes declarações do médico responsável pelo parto em vários veículos de imprensa, seguido da exclusão de seu Instagram profissional, Shantal vem a público por meio desta nota, em respeito a todos seus seguidores, mães e famílias que a acompanham e reitera que: apesar de ser difícil passar por esse processo pessoal em meio aos cuidados de sua filha recém-nascida, em vista dos últimos ocorridos divulgados pela falta de decoro de um profissional da área da saúde, estará também nos próximos dias tomando as devidas providências jurídicas".

À Universa, a assessoria de imprensa do médico enviou um posicionamento negando que tenha acontecido qualquer intercorrência durante o parto e afirmando que o vídeo em questão foi editado e está fora de contexto. "A íntegra do vídeo mostra que não há irregularidade ou postura inapropriada durante o procedimento" diz a nota.

Violência obstétrica: o que é e como denunciar

A violência obstétrica costuma acontecer quando a equipe que acompanha a gestante tenta abreviar o tempo de trabalho de parto, seja rompendo a bolsa sem a permissão da mulher, induzindo o processo com medicação ou realizando episiotomia sem necessidade.

Há também quadros de violência obstétrica psicológica, que acontecem quando os profissionais que estão na sala de parto desconsideram as necessidades da parturiente, ou a submetem a ameaças, gritos e comentários que a humilham no momento em que está fragilizada.

Seja no SUS ou em atendimento particular, toda mulher tem o direito de saber sobre os procedimentos que estão sendo realizados na hora do parto. Caso esse direito seja violado, há implicações nas esferas penal e cível. Apesar de não existir uma lei tipificando a violência doméstica, os envolvidos podem ser responsabilizados por crimes como lesão corporal ou omissão de socorro.

Por isso, é importante a realização de um boletim de ocorrência para iniciar uma investigação. Na área cível, a medida é a responsabilização dos causadores dos danos materiais e morais, e a reparação destes, por meio, especialmente, de ação de indenização.

*Com informações das matérias 'Você vai matar seu bebê': mães relatam violência obstétrica psicológica e 'Violência obstétrica em parto marca estreia de novela das 9; médica explica'.