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Em 'Verdades Secretas', personagem tem orgasmo sem sexo: é possível?

Cena de "Verdades Secretas" com Paula Burlamaqui e Kelner Macêdo: os personagens Aline e DJ Mark se beijam e, depois, ela tem um orgasmo - Reprodução/Globoplay
Cena de "Verdades Secretas" com Paula Burlamaqui e Kelner Macêdo: os personagens Aline e DJ Mark se beijam e, depois, ela tem um orgasmo Imagem: Reprodução/Globoplay

Nathália Geraldo

De Universa

05/12/2021 14h08

A minissérie "Verdades Secretas 2" exibe muitas cenas que estimulam a tensão sexual e o erotismo. No capítulo que foi liberado em 1º de dezembro na Globoplay, um dos momentos icônicos é vivido pela personagem Aline (Paula Burlamaqui): após uma breve "pegação" com o DJ Mark (Kelner Macêdo), ela chega no ápice do prazer, ou seja, tem um orgasmo, sozinha, sem que houvesse penetração ou estimulação sexual mais explícita na região genital.

O orgasmo feminino, por vezes, é preterido nas relações, principalmente heterossexuais. Outro fato: é mais comum que mulheres tenham orgasmo quando as relações são mais longas. É possível, então, sentir esse prazer sem penetração ou sexo oral?

Orgasmo em 'Verdades Secretas' em cena sem sexo

Na cena que precede o orgasmo, Aline e o personagem DJ Mark se beijam e se acariciam. Ele chega a encostar nos seios dela, que reprime a movimentação porque o DJ teve uma relação com a filha dela, Chiara, interpretada por Rhay Polster. Depois de se afastar dele, na porta da balada Radar, Aline para e começa a gemer, rir e movimentar o corpo.

A sexóloga Thais Plaza explica para Universa que a cena pode, sim, ser replicada na vida real. "Nós temos um olhar muito 'genitalizado' para o sexo, em que as pessoas só pensam nele como um ato de fricção e de contato do corpo, principalmente da vulva com o pênis. Mas, sexo é fantasia. Então, sozinha ou acompanhada, o orgasmo pode vir dessa forma, sim."

A especialista diz que os tabus e as vergonhas que orbitam a sexualidade feminina fazem com que a mulher perca as chances de sentir prazer com liberdade. Tanto que não faltam dados (um estudo de 2018 mostrou que entrevistadas heterossexuais só gozavam em 65% das relações que tinham, enquanto homens tinham satisfação em 95% das vezes) e histórias de mulheres que não gozam por diferentes fatores emocionais e de comportamento.

Mudar essa perspectiva e ficar mais soltinha, requer algumas estratégias, aponta Thais:

  • Não querer ter controle. "Quando mais se busca algo de forma racional no sexo, menos se alcança. Isso vale para orgasmo múltiplo, vaginal, clitoriano, squirting... Tudo isso vem diante da perda do controle".
  • Entender que o orgasmo é "consequência". "Quando o tesão está lá em cima, é preciso deixar se levar pela sensação do corpo, do beijo, do afeto e da presença", orienta.
  • Estimular fantasias. "O universo do tesão é uma construção", resume a sexóloga. "Se uma mulher vê essa cena de Verdades Secretas e quiser reproduzir sozinha, terá que estimular muito a fantasia, deixar a mente livre de tabus, deixá-la lubrificada e excitada."

Como é um orgasmo?

A partir do momento que o corpo está excitado e entra em uma onda de prazer, é possível que a mulher experimente mudanças como formigamento, taquicardia, pulsação mais forte.

Os orgasmos múltiplos têm a característica de gerarem "subidas e descidas" do prazer, o que faz com que se sinta pernas bambas, respiração entrecortada. "E, por falta de informação, muitos casais acham que depois do primeiro é preciso parar de estimular, porque a região está sensível", acrescenta a sexóloga. Dica da especialista: não pare.

"E para começar o exercício de sentir prazer até mesmo sem esse toque no corpo, recomendo que ela leia contos eróticos, veja filmes, pense com uma 'mente safadinha'".

Quer saber mais sobre o tema? Assista à websérie "A Pepeca tá on" de Universa: