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'Não deixarei meu caso morrer', diz jovem que relatou estupro em Jaguariúna

De Universa

04/12/2021 14h13

A estudante universitária e influenciadora Franciane Andrade, 23, que denunciou ter sido dopada e estuprada na festa de rodeio de Jaguariúna (SP) no dia 27 de novembro, desabafou sobre a repercussão do caso. "O sentimento é de revolta. A vítima é sempre acusada, sempre a errada da história", disse em um vídeo postado nos stories do Instagram. "Para vocês que acreditaram em mim, muito obrigada. Vou até o fim. Não vou deixar meu caso morrer."

Em nota, as advogadas da jovem, Izabella Borges e Luciana Terra, afirmaram que são falsas as notícias dizendo que as câmeras de segurança do rodeio não captaram imagens relacionadas aos fatos relatados por Franciane.

A denúncia de estupro veio à tona na quarta-feira (1º), quando Franciane relatou, também por meio da rede social, que havia descoberto ter sido vítima de violência sexual, mas sem se recordar do que havia acontecido. "Não sabia que tinha sido violentada, comecei a sentir dor ontem, e hoje vim ao médico", disse.

De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual Universa teve acesso, ela disse que estava bebendo na festa com seus amigos e, depois de certo momento, não se lembra de mais nada. Recorda-se, apenas, de ter acordado no meio da madrugada em uma rotatória, nas proximidades do local onde era realizado o evento. "A polícia constatou que houve estupro e não sabe me dizer se foi um, dois ou três [homens]", afirmou.

Neste sábado (4), a jovem mostrou nos vídeos documentos como o B.O., laudos do IML (Instituto Médico Legal) e os vários remédios que lhe foram receitados. Ela contou ter ido a mais uma clínica, onde ficou comprovado, pela terceira vez, a violência sexual. Segundo o relato da estudante, há provas de lesões em suas partes íntimas, tanto na região vaginal quanto anal.

"Não venha acusar a vítima, vocês não sabem o que eu estou passando. Não tem noção o quanto acaba com a gente, com nossa honra e nossa dignidade", disse. Ao afinal, a garota relatou que, pelo exame toxicólogico, foi identificada uma substância já conhecida por ser usada para dopar pessoas.

Os exames foram feitos por meio de uma clínica particular porque, segundo Franciane, na delegacia os mesmos exames foram marcados apenas para a próxima semana.

A denúncia está sendo investigada pela polícia de Jaguariúna. As autoridades não falam sobre o inquérito por se tratar de um caso que corre em segredo de Justiça.