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Professor que questionou aluna sobre lubrificação em estupro é demitido

De Universa, em São Paulo

26/11/2021 17h33Atualizada em 26/11/2021 19h14

O professor de medicina que questionou se uma aluna levaria lubrificante a uma hipotética cena de estupro foi demitido do Unifamaz (Centro Universitário Metropolitano da Amazônia), na tarde de hoje. O anúncio foi feito no site da instituição, que diz repudiar "qualquer tipo de assédio contra a mulher ou contra qualquer ser humano".

Segundo testemunhas, o vídeo que mostra a pergunta ofensiva foi gravado no dia 17 de novembro, durante uma aula prática de procedimentos cirúrgicos na turma do quinto semestre do curso de medicina. A estudante registrou ocorrência policial contra o docente, que também faz parte da equipe da Universidade Federal do Pará, por importunação sexual.

"A Reitoria do Unifamaz informa que o docente envolvido no caso, a contar da presente data, não fará mais parte do corpo docente desta Instituição de Ensino Superior", afirma o comunicado assinado pela reitora Adriana Letícia dos Santos Gorayeb.

A instituição destacou ainda que está prestando apoio às partes afetadas pelo caso, sem entrar em mais detalhes.

Até o momento, a Universidade Federal do Pará se pronunciou apenas por meio de um comunicado em suas redes sociais, dizendo que tomou conhecimento do ato de assédio e solicitou à Procuradoria-Geral a análise das providências cabíveis na UFPA.

Entenda o caso

A declaração do professor foi feita no momento em que a aluna estava se preparando para fazer a simulação de um procedimento de intubação em um protótipo. Ele repreende a aluna, que não estaria lubrificando o tubo corretamente e diz:

Tá lubrificado esse produto? (...) Eu acho que não está coisa nenhuma. Quando a senhora for ser estuprada, quero ver se a senhora vai levar o tubinho de KY ou se vai ser no seco mesmo.

Uma das estudantes que estava na sala e presenciou o fato contou a Universa que a vítima ficou sem ação no momento e que o comentário deixou a turma, cuja maioria era formada de mulheres, constrangida.

"Ao invés de corrigi-la, ele fez esse comentário e todas ficamos assustadas. Quando acabou, ela foi chorar no banheiro e fomos acudi-la", disse a aluna, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

O caso foi registrado junto à Polícia Civil do Pará, que investiga a denúncia.

Confira a nota da Unifamaz, na íntegra:

"O Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ) vem a público ratificar que refuta com veemência qualquer atitude que viole o bem-estar da comunidade acadêmica e reforça seu compromisso com a formação de cidadãos éticos, portanto, repudia qualquer tipo de ato de assédio contra a mulher ou contra qualquer ser
humano.

A Reitoria do UNIFAMAZ informa que o docente envolvido no caso, a contar da presente data, não fará mais parte do corpo docente desta Instituição de Ensino Superior.

Reafirmando seu compromisso com o ensino de qualidade, pautados no respeito, dignidade humana e na integridade pessoal, o UNIFAMAZ informa que está instituindo a Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio, que fará parte do Núcleo de Estudos Étnico-Raciais e Direitos Humanos já atuante na IES.

Enfatizamos que está sendo prestado apoio acadêmico-psicopedagógico a todas as partes envolvidas no fato ocorrido.

Belém, 26 de Novembro de 2021

Prof.(a). Me(a). Adriana Letícia dos Santos Gorayeb
Reitor(a) do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - UNIFAMAZ"

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