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Medo pode causar dermatite e mais: entenda a relação entre pele e mente

Dermatite irritativa pode estar relacionada ao medo Imagem: Tharakorn/ iStock

Karina Hollo

Colaboração para Universa

10/11/2021 04h00

Muitas de nós já sentimos na pele que o estresse pode causar acne. Já o medo pode acarretar em dermatite irritativa; enquanto a ansiedade pode desencadear crises de psoríase; e por aí vai. Era de se esperar que saúde mental e doenças dermatológicas estivessem associadas. Afinal, existe uma relação próxima entre o sistema nervoso central e a cútis.

"A pele funciona como um sensor, que faz ligação entre o mundo externo e o interno, recebendo estímulos de emoções positivas ou negativas", explica a dermatologista Joana D'Arc Diniz, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME- RJ).

Por isso, níveis elevados de estresse, ansiedade e medo afetam diretamente o tecido cutâneo. "A pele, considerada o terceiro cérebro do corpo, tem neurotransmissores diretamente ligados a nossos neurônios. Por isso, acontecem trocas entre as reações desses dois órgãos", diz Fernanda Chauvin, farmacêutica bioquímica especialista em dermatocosmética.

A pele reage quando a saúde mental não vai bem, desencadeando doenças como acne, rosácea, psoríase, dermatites (atópica, inclusive), alopecias, vitiligo, herpes, entre outras. "Vários distúrbios emocionais afetam a liberação de hormônios na corrente sanguínea, fazendo-os circular por todo o corpo e alterar secreções como a sebácea e até mesmo levar os folículos capilares para a fase de queda", exemplifica Joana. "Tanto transtornos psíquicos têm repercussões dermatológicas quanto transtornos dermatológicos apresentam repercussão psíquica", alerta a médica.

Estresse e acne

O estresse pode gerar rubor, palidez, ardor e até suor em excesso. Isso acontece porque se forma uma resposta exagerada dos vasos da pele (artérias e veias, principalmente), pela liberação de determinadas substâncias do organismo, em situações de fortes alterações emocionais. Esses sentimentos também pioram a acne e a rosácea. "Ocorre um desequilíbrio vascular facial, além de aumento da sensibilidade responsável pela vermelhidão", fala Joana.

É como se a pele sentisse o desequilíbrio. "Podem surgir inflamações na pele e piora das condições dermatológicas como a rosácea e a acne, assim como gerar prurido e irritação, prejudicando também a textura e a aparência. A alopecia também é muito frequente em casos de alto nível de estresse", afirma Fernanda.

Transtornos

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), por exemplo, pode provocar escoriações e tricotilomania, um distúrbio que se caracteriza pelo impulso de arrancar fios de cabelo recorrentemente, resultando em perda de cabelo. O TOC provoca medo de infecções e que pode gerar lavagem excessiva das mãos, o que produz uma dermatite irritativa.

Transtornos alimentares, entre eles a anorexia nervosa e a bulimia, causam pelos muito fininhos e curtos, alopecias, eczemas e estrias. "Por causa do emagrecimento excessivo ou de fortes alterações do peso, há o rompimento das fibras elásticas que sustentam a pele", explica Joana.

Ansiedade e rosácea

A rosácea piora bastante em níveis elevados de depressão, ansiedade ou traumas emocionais. Esse processo vem de um desequilíbrio vascular facial causado por esses fatores, além do aumento da sensibilidade responsável pela vermelhidão.

Enquanto isso, o estado emocional e mental está intimamente relacionado com a intensificação das lesões da psoríase, incluindo ressecamento e descamação.

Como lidar?

Para resultados efetivos é fundamental reforçar a hidratação diária da pele, para restaurar e manter o equilíbrio fisiológico da barreira cutânea. Procure produtos fáceis de espalhar, com ação regeneradora, calmante, anti-inflamatória. "E, claro, hipoalergênico, não comedogênico, livre de álcool e fragrância", sugere Joana.

O ideal é que pele e mente trabalhem em conjunto. "Um ritual noturno, por exemplo, é uma boa opção. Um momento de descompressão, relaxamento e foco em si mesmo com o auxílio de produtos com ativos que reduzam o estresse e níveis de inflamação da pele e que trabalhem os cinco sentidos", indica.

"Aguçando olfato, visão, tato, audição e até mesmo paladar criamos um momento de total atenção que gera bem-estar e auxilia a mente no controle do estresse", sugere Fernanda. Finalmente, pode ser necessária uma abordagem multidisciplinar, incluindo psicólogo, psiquiatra e dermatologista.

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