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Mulher descobre ter duas vaginas ao perguntar: 'Em qual ponho absorvente?'

A australiana Tee Barlett, de 24 anos, narrou saga para conseguir diagnóstico Imagem: Reprodução/TikTok

Do UOL, em São Paulo

14/10/2021 09h36Atualizada em 14/10/2021 15h31

Uma mulher descobriu que vivia com duas vaginas apenas aos 16 anos, após uma conversa sobre saúde íntima com a mãe. Hoje com 24 anos, a australiana Tee Barlett afirmou que não enxergava nada de incomum em seu corpo, até decidir perguntar em qual cavidade deveria colocar um absorvente interno.

A mãe da adolescente ficou imediatamente preocupada com a situação e começou uma corrida por um diagnóstico, que levou a jovem a saber que tinha o chamado "septo vaginal", uma anomalia congênita formada ainda durante a gestação em que um tecido divide a vagina em duas partes, segundo explicação do Hospital Infantil do Colorado (EUA).

Este septo, que pode se apresentar de diferentes formas na genitália, chega a bloquear o fluxo menstrual em certos casos, quando posicionado horizontalmente.

"Na época, eu não me comunicava com a minha mãe sobre assuntos 'desconfortáveis'", detalhou a jovem em entrevista à agência britânica Caters. "Mas um dia eu estava conversando com a minha melhor amiga e a minha mãe e eu, finalmente, perguntei em qual buraco o absorvente deveria ser colocado, o esquerdo ou o direito".

Tee conta que a mãe respondeu imediatamente que não existiam dois buracos. Elas chegaram a discutir depois que a jovem "ficou na defensiva", mas, no final das contas, a adulta sugeriu que as duas marcassem uma consulta em um médico.

"Os dois médicos em que fui ignoraram tudo que eu disse e fizeram com que eu me sentisse louca", lamenta a australiana, sobre sua primeira experiência em busca de um diagnóstico. "A segunda médica olhou para lá [a genitália], depois olhou de volta para mim e disse 'não, é normal'; e quase que nos expulsou de lá".

"Eu saí de lá chocada. Pensando que eu era louca por pensar que tinha duas vaginas. Eu estava começando a duvidar de mim mesma", relata ela.

Foi só depois das experiências desagradáveis que a adolescente visitou um terceiro médico, que, pela primeira vez, olhou uma foto tirada pela própria adolescente. De início, ele admitiu que a paciente tinha duas aberturas vaginais, mas afirmou que elas "pareciam normais". Foi apenas após uma segunda consulta que o profissional encaminhou a jovem a um ginecologista.

No especialista, Tee foi alertada de que a anomalia poderia dificultar sua vida sexual, já que o espaço para penetração era metade do espaço normal.

Como a jovem já namorava, com o mesmo rapaz com quem se relaciona até hoje, ela decidiu remover o septo apenas 6 meses depois do diagnóstico, aos 17 anos, como contou em sua conta no TikTok, em que afirma desejar conscientizar outras meninas sobre o problema.

Ainda segundo a mulher, após passar por exames como raio x, foi atestado que seu septo dividia completamente o canal vaginal, chegando quase até o colo do útero.

"Aparentemente, o septo vaginal é normal em bebês ainda no útero, mas deveria se dissolver", explicou a australiana. "E o meu nunca se dissolveu e era um pouco mais grosso e longo do que o normal, motivo pelo qual eu tive que passar pela cirurgia".

Ela afirma que desde que começou a compartilhar sua história com outras mulheres, vem recebendo muitos relatos de situações semelhantes.

"Tantas meninas comentaram que têm a mesma coisa e que não sabiam que não era normal. Eu estou feliz que não sou a única. Eu honestamente pensei por um tempo que talvez eu fosse uma idiota por não perceber que não deveria ter duas aberturas lá embaixo", afirmou Tee. "É algo que não me preocupa mais. Aquela era eu, mas agora acabou e eu estou ótima".

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