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Universa Talks debate os caminhos para empreender e os desafios femininos

Caroline Marino

Colaboração para Universa

05/10/2021 04h00

Os primeiros passos para empreender. Os riscos. Os mercados em alta. Redes de apoio. Tudo isso foi tema da edição 2021 do Universa Talks, que discutiu no último dia 278 o empreendedorismo.

O evento, voltado a se aprofundar nos temas mais relevantes para mulheres, com pluralidade de olhares e experiências, contou com cinco painéis que abordaram o mundo do empreendedorismo.

O evento também mostrou como driblar a síndrome da impostora, falou sobre a ascensão do mercado erótico e o empreendedorismo para mulheres negras. Além disso, reuniu depoimentos de mulheres que contaram suas histórias de sucesso e como chegaram lá, abordando as dificuldades em períodos de crise e como não desistir pode ser a chave para o sucesso.

Bastidores da gravação do Universa Talks 2021 Empreendedorismo - Mariana Pekin/UOL - Mariana Pekin/UOL
Bastidores da gravação do Universa Talks 2021 Empreendedorismo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

PAINEL 1: MAPA DA MINA: OS PRIMEIROS PASSOS PARA FAZER ACONTECER

Ter uma ideia é apenas um dos pilares importantes para abrir uma empresa. Para ter sucesso no mundo do empreendedorismo, é essencial ter noções básicas de planejamento, habilidade com finanças e —mais importante— um produto ou serviço que, realmente, encontre espaço no mercado e atenda às demandas de uma boa parte das pessoas.

Adriana Barbosa, à frente da Feira Preta, Stephanie Fleury Rassi, criadora da DinDin, e Ludmila Hastenreiter, fundadora da Empoderamento Contábil, deram dicas para quem quer entrar no mundo dos negócios.

Comece pequeno. Se quer produzir roupas para vender, inicie com 50 peças, não com 500. Dessa forma, se houver erros, é mais fácil reajustar a rota e a perda de dinheiro é menor - Adriana Barbosa

Às vezes, achamos que precisamos de algo inédito para ser inovador. Mas é possível ter sucesso adaptando um negócio à nossa realidade - Stephanie Fleury Rassi

Assim que definir qual produto você quer vender, faça cotação entre os fornecedores, não tenha medo de negociar os valores - Ludmila Hastenreiter

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PAINEL 2: EMPRESÁRIAS NEGRAS: A TRADIÇÃO QUE VIRA NEGÓCIO

A consultora de negócios Caroline Moreira - Divulgação - Divulgação
A consultora de negócios Caroline Moreira
Imagem: Divulgação

Empreender não é tarefa fácil para ninguém. Mas, quando uma mulher negra empreende no Brasil, ela se depara também com questões de racismo, desigualdade e acessos negados.

Gabriela Mendes Chaves, fundadora da NoFront Empoderamento Feminino, Michelle Fernandes, fundadora da Boutique de Krioula, e Caroline Moreira, fundadora e CEO da startup Negras Plurais, mostraram como driblaram esse cenário e montaram empresas de sucesso.

Depois de muito lutar contra o sistema, decidi que tinha de transformá-lo - Caroline Moreira

Começar com pouco —dinheiro, informação e oportunidade— é uma realidade no empreendedorismo dentro da quebrada. Mas isso me deu força pra começar e resiliência, pontos essenciais para o sucesso de uma empresa - Michelle Fernandes

Para evitar e conseguir driblar os problemas, é essencial ter um planejamento de curto, médio e longo prazos, pensando em onde quer estar em um, cinco e dez anos - Gabriela Mendes Chaves

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PAINEL 3: SÍNDROME DA IMPOSTORA: A VOZ QUE NOS PARALISA

Atribuir o bom trabalho à sorte. Acreditar que o fracasso é inevitável e que, a qualquer momento, alguém vai desmascará-la. Ter medo de colocar as ideias em prática. Sentir que não é boa o suficiente. Esses sentimentos fazem parte da síndrome da impostora, que está ligada à baixa confiança no próprio desempenho e tem recorte de gênero e raça. Mas como silenciar essa voz que pode atrapalhar na hora de abrir uma empresa?

Juliana De Mari, coach e mentora para mulheres e fundadora da Prosa Coaching, Dani Arrais, jornalista e criadora do projeto #falaqueeunãoteescutoimpostora, e Monique Evelle, consultora de inovação e estrategista criativa, fundadora da Inventivos, deram as saídas.

Quando você troca o 'se pelo 'quando' a voz da impostora vai diminuindo - Monique Evelle

A síndrome da impostora bate diferente em mim, que sou uma mulher branca, e em uma negra, que precisa galgar ainda mais para conseguir espaço na sociedade - Dani Arrais

Para identificar se o pensamento é da impostora ou real, faça um inventário - no papel mesmo - daquilo que você sabe e já tem como recurso para começar um negócio - Juliana De Mari

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PAINEL 4: O PRAZER É TODO DELAS: O MERCADO ERÓTICO EM ASCENSÃO

Chris Marcello, fundadora da Sophie - Divulgação  - Divulgação
Chris Marcello, fundadora da Sophie
Imagem: Divulgação

O mercado erótico está em expansão e pode ser uma boa opção para quem deseja empreender, como mostram os dados da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual. Segundo o estudo, houve alta de 12% nas vendas em 2020 e o faturamento do setor chegou a R$ 2 bilhões no Brasil. Até 2027, o mercado de sex toys deve faturar R$ 108 bilhões no mundo.

Izabela Starling, à frente da Panty Nova, Chris Marcello, fundadora da Sophie Sensual Feelings, e Marília Ponte, fundadora da Lilith Sextech, mostraram o caminho para aproveitar esse cenário e criar uma empresa bem-sucedida no setor.

Encarei o tabu de falar sobre sexo como uma oportunidade de desconstruir essa impressão do lugar vulgar e invasivo. Minha empresa foca muito mais nos cosméticos do que no erótico - Chris Marcello

No começo sofremos muito com o machismo. Nossas ideias eram rechaçadas pelas empresas que forneciam os produtos porque elas não achavam necessário que as coisas fossem diferentes - Izabela Starling

Ainda estamos na fase de educar e abrir espaço para o tema. Precisamos de muitas outras mulheres nessa luta - Marília Ponte

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PAINEL 5: REDES DE APOIO: CRIANDO PONTES PARA AS MULHERES

Juntas somos mais fortes. Além do benefício de se identificar com o exemplo de outras mulheres e perceber que não estamos sozinhas em nossas angústias e desafios, contar com uma rede de apoio na criação de uma empresa, gera crescimento e auxilia em todas as etapas de um negócio: do desenvolvimento do planejamento à divulgação do produto ou serviço.

Mafoane Odara, líder em recursos humanos para América Latina no Facebook, Marina Vaz, fundadora da Scooto, e Amanda Momente, cofundadora da Wondersize Moda Esportiva, contaram como esse suporte impulsionou suas trajetórias

Foi principalmente por meio de conversa e diálogo com outras mulheres que consegui descobrir no que era boa ou não - Amanda Momente

Construí minha empresa com a missão de ter um suporte pessoal no ambiente de trabalho. Se alguém precisa de algo, todo o resto da equipe se coloca a disposição para ajudar - Marina Vaz

Para a gente estar bem, é importante aprender a pedir ajuda - Mafoane Odara