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Universa Talks discute síndrome da impostora: rede de apoio é fundamental

Ju De Mari, coach e mentora para mulheres na PROSA Coaching - Divulgação
Ju De Mari, coach e mentora para mulheres na PROSA Coaching Imagem: Divulgação

Caroline Marino

Colaboração para Universa

23/09/2021 04h00

"Eu sou uma farsa!" É hora de acabar com esse pensamento. Alternativas para driblar a síndrome da impostora e a importância das redes de apoio para a criação de empresas de sucesso serão debatidas no Universa Talks Empreendedorismo, evento que vai acontecer dia 28 de setembro.

Abrir um negócio —e ter sucesso com ele— não é uma tarefa fácil para ninguém. Com a instabilidade da economia e as mudanças sociais impostas pela pandemia, empreender passou a exigir ainda mais jogo de cintura, coragem e planejamento. E, para as mulheres, essa jornada pode trazer desafios adicionais, como a síndrome da impostora, que está ligada à baixa confiança no próprio desempenho.

"Quem sofre com a síndrome faz uma avaliação errada a respeito da própria competência e da dos outros. Há uma distorção, que causa dúvidas, e a sensação de inadequação", explica Ju De Mari, coach e mentora para mulheres na PROSA Coaching, que estará presente no painel "Síndrome da Impostora: a Voz que nos Paralisa", agendado para as 15h, no Universa Talks Empreendedorismo.

A importância das redes de apoio

Ju explica que esse sentimento pode atrapalhar a abertura de uma empresa.

Mulheres que se sentem uma fraude podem ter dificuldade para validar suas ideias de negócio, vender seus serviços e produtos e acionar redes para pedir apoio ou buscar investimento, por exemplo.

As redes de apoio, inclusive, podem ser fundamentais para deixar essa sensação de lado. De acordo com a coach, os estudiosos costumam recomendar todo tipo de apoio em grupo como forma de lidar com a síndrome da impostora, que é uma questão interpessoal.

"Além do benefício de se identificar no exemplo de outras e perceber que não está sozinha com suas angústias, mulheres que acessam redes para falar de seus sentimentos tendem a receber mais suporte e a minimizar o cansaço mental e emocional por terem que 'carregar' sozinhas a imagem de bem resolvidas, tão conflitante com o estado íntimo de dúvidas e inadequação", afirma.

As redes e o sucesso da empresa

Amanda Momente - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Amanda Momente
Imagem: Carine Wallauer/UOL

Amanda Momente, sócia da Wonder Size, marca de moda esportiva, que estará presente no painel "Rede de Apoio: Criando Pontes para as Mulheres", que vai acontecer às 17h no Universa Talks Empreendedorismo, participa dessas redes desde o início de seu negócio.

Além da ajuda efetiva para planejar a empresa e crescer, as redes de apoio podem auxiliar muito no lado emocional. Empreender não é simples nem fácil. E ver que há outras mulheres seguindo por esse caminho, dá mais força e motivação.

Aprendemos a tocar a empresa com menos cobrança de perfeição, com mais carinho, sendo mulheres possíveis.

Amanda lembra que, quando entrou no universo das startups, foi a muitos eventos, e os ambientes eram totalmente masculinos.

"As pessoas não me ouviam, e o sentimento era de estar fora da curva, mesmo —sendo mulher, gorda e colorida", diz. Mas ela aprendeu a confiar em si mesma e a ter coragem para seguir adiante.

Amanda conta ainda com a parceria de sua sócia, Mariana Oliveira, e as duas se inscreveram no programa de aceleração da Rede Mulher Empreendedora. Foi uma maratona de palestras e mentoria com direito, até, a uma madrinha de peso: a empresária Sônia Hess, ex-Dudalina.

"Conseguimos profissionalizar a empresa, estruturar um plano de negócios e pensar em caminhos para crescer com mais segurança", diz Amanda.

A rede de contatos se ampliou, e as parcerias com outras mulheres se tornaram mais comuns. Como consequência, a empresa deslanchou. A Wonder Size, hoje, está presente em 17 lojas da Centauro, que é a maior rede multicanal de produtos esportivos da América Latina. E, recentemente, passou por uma aceleração na Endeavor.