Morre Lourdes Bandeira, referência no estudo sobre violência contra mulher
Uma das maiores referências nas pesquisas sobre violência contra a mulher no Brasil, a professora da UnB (Universidade de Brasília) Lourdes Maria Bandeira morreu no domingo (12), aos 72 anos, após sofrer embolia pulmonar e um AVC (acidente vascular cerebral).
Bandeira era professora do Departamento de Sociologia da Universidade e suas pesquisas estavam voltadas para temas relacionados à violência contra a mulher, entre eles feminicídio, desde 2005. Foi integrante da Secretaria de Políticas para Mulheres de 2008 a 2015, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Nesse período, foi secretária de Planejamento e Gestão e, depois, secretária adjunta.
Em 2018, concedeu uma entrevista a Universa falando de sua pesquisa sobre feminicídios, que estava em andamento e ainda não foi publicada. Ela analisava 2 mil casos de mortes de mulheres ocorridos desde 2015, ano em que a Lei do Feminicídio entrou em vigor. "As mulheres são vistas como propriedade sexual do homem. O assassino sente que tem controle sobre o corpo dela e não aceita que outro homem possa se apropriar dele", afirmou na época. "Os assassinos se sentem autorizados por uma ideia coletiva de que a mulher pertence a eles."
O PT divulgou uma nota de pesar por seu falecimento, assim como o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher, o Nepem, grupo do qual fazia parte da UnB. "Ao longo de sua trajetória ensinou e orientou várias gerações de estudantes, bem como impulsionou a articulação do núcleo com redes de serviços governamentais e movimentos sociais de enfrentamento à violência contra as mulheres", afirmam. "Incansável na luta pelos direitos das mulheres no país, sua crítica competente das relações de gênero e suas realizações [...] constituem um legado de grande relevância e contribuíram para lançar o Brasil no patamar do pioneirismo internacional, na aplicação de leis como a Lei Maria da Penha e do Feminicídio. Seus ensinamentos e sua amizade ficarão eternizados na história e nos vínculos de afeto do Nepem."
Pesquisadoras e ativistas dos direitos das mulheres prestaram homenagens a Bandeira, como foi o caso da também professora Débora Diniz, que contou ter sido sua aluna.
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