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"Fiz terapia orgástica e mudei minha forma de sentir prazer"

oleg66/Getty Images/iStockphoto
Imagem: oleg66/Getty Images/iStockphoto

Marcela Soares* em depoimento a Julia Guerrero Borges

Colaboração para Universa

12/08/2021 04h00

"Um tempo atrás, vi no Instagram uma publicação sobre terapia orgástica. Na hora, me pareceu super interessante. Era uma chance de conseguir entender mais sobre meu corpo e prazer. Na época namorava e meu ex achou que poderia ser um processo invasivo demais, então acabei deixando passar.

Meses depois, já sem namorado, uma amiga minha veio me contar sobre uma experiência sexual incrível que ela havia tido. E não é que era a tal da terapia orgástica? Ela me contou os detalhes com tanta paixão e brilho nos olhos que tinha certeza que deveria tentar. Além disso, depois de um término de namoro de mais de cinco anos, minha libido parecia estar adormecida e era a oportunidade de mudar isso.

Custa caro, mas a satisfação é garantida

Decidi agendar uma sessão. O valor foi R$ 480, não é barato, mas valeu a pena. A terapia durou umas duas horas e todo o ambiente já vai fazendo com que você entre no clima. É preciso estar concentrada e 100% presente no momento, o que não é exatamente fácil, mas foi um dos pontos mais importantes para mim.

Quando a terapeuta chegou, já senti um friozinho na barriga. Mesmo sabendo, pela minha amiga, praticamente tudo o que aconteceria ali, a sensação de estar experimentando algo novo e que vai mudar sua vida é muito incrível. No início é um momento de conversa, contei minha história sobre sexualidade, as coisas boas, as não tão boas também, e tudo o que faço na minha vida para me dar prazer, seja ele sexual ou não.

Uma parte muito importante de tudo isso foi uma apresentação que a terapeuta fez de todas as partes da vulva. Ela mostrou, em um objeto de borracha, todas as extremidades que existem ali e os pontos que podem dar prazer de uma forma que nunca tinha pensado. Resumindo, tem muito mais do que o clitóris, fato que para muitos caras já é difícil de entender.

A partir desse papo e do que ela entender sobre as suas necessidades, começa a parte que realmente mudou minha visão sobre o prazer. Respeitando os seus limites e a sua disponibilidade, a terapeuta desenvolve um trabalho corporal para que você acesse a potência orgástica que existe dentro de cada um.

Ela começa fazendo um carinho no seu corpo. Tudo é muito profissional e a todo momento você percebe que é um exercício. Os carinhos vão se tornando uma estimulação que potencializa todas as sensações que você já estava sentindo. Essas estimulações podem ir desde um toque sutil pela pele até a massagem genital e o uso de vibradores.

Gozou, acabou? Nada!

Durante toda minha vida sexual, sempre acreditei que depois de gozar uma vez o sexo já tinha terminado. Ou no mínimo era preciso esperar um tempo para continuar, tinha aquela sensação de estar tudo muito sensível e não dava nem pra encostar, sabe? Mas foi na terapia orgástica que tive pela primeira vez múltiplos orgasmos e ejaculei. Sim, ejaculei!

Um dos principais pontos de tudo é a respiração. Essa foi a chave para prolongar o prazer, segundo as terapeutas, e eu sou obrigada a concordar. Durante toda a sessão, a terapeuta lembrava como era importante focar e controlar a forma como estava respirando e isso me conduziu ao ápice do prazer.

Depois de passar por essa experiência transformadora, muita coisa mudou. Naquele papo que rola lá do início da sessão, a terapeuta havia me perguntado o que fazia para trazer momentos de prazer na minha vida, sexuais ou não. Aquilo ficou na minha cabeça. Depois da terapia, passei a valorizar e criar uma rotina para uma masturbação constante. Pode ser no banho, antes de dormir, de manhã. Isso tem me ajudado muito.

Mas também descobri o quanto meu corpo me permite ir além na hora do sexo. A minha potência sexual é realmente muito maior do que eu sabia e para as minhas próximas relações sexuais com um parceiro, ele vai precisar satisfazer isso, agora que tenho essa noção. Recomendo para todos tentar ir um passo a mais, isso pode mudar a sua relação com o prazer, afinal, mudou a minha!"

O nome citado neste depoimento foi trocado a pedido da entrevistada