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Lista de enxoval do bebê: o que você precisa comprar e o que é exagero?

É importante preparar uma lista de enxoval de bebê e ir comprando aos poucos - Getty Images
É importante preparar uma lista de enxoval de bebê e ir comprando aos poucos Imagem: Getty Images

Eligia Aquino Cesar

Colaboração para Universa

09/08/2021 04h00Atualizada em 17/05/2022 18h26

A chegada do primeiro filho, seja via gestação ou por adoção, abre um mundo novo para as novas mamães. Além das mudanças físicas, emocionais e adaptações naturais, há também providências práticas a serem tomadas, como a preparação da lista do enxoval de bebê, por exemplo.

É fundamental que, tanto pelos gastos envolvidos quanto por organização, os itens que serão usados nos primeiros meses de vida do bebê sejam adquiridos aos poucos antes do nascimento dele. A representante comercial Michelle Freire conta que teve dificuldade em priorizar o que era realmente essencial quando ficou grávida do primeiro filho, Henrique, que acaba de completar um ano.

"Ficava pensando se realmente precisaria de tudo aquilo que me indicavam ou se as pessoas estavam exagerando. No final descobri que recém-nascido usa muita coisa, sim, e que pesquisando bem dá para comprar vários itens sem gastar tanto", diz.

A enfermeira obstetra Gabriela Sparvoli Cunha, que oferece consultoria em aleitamento materno e ministra cursos de gestantes e paternidade por meio da Afeto Educação em Saúde, concorda com Freire.

"Um enxoval completo calculo que hoje custe no mínimo uns R$ 3 mil", diz, reforçando que os valores dos itens podem variar de acordo com o que os pais desejem e possam gastar. "Somente o carrinho pode custar a partir de R$ 200 e ultrapassar os R$ 5 mil", exemplifica.

Consumo consciente (e mais barato)

Cunha também destaca que é cada vez mais comum encontrar mães e pais adeptos de brechós infantis online e também da ideia de receber roupas usadas ou seminovas "O consumo sustentável está se popularizando, os brechós estão a todo vapor e em todas as classes sociais. Há uns anos essa prática era vista de forma negativa, mas as coisas estão mudando", aponta.

A enfermeira salienta que há, inclusive, brechós de luxo, com itens de grifes infantis, mas pondera que os pais devem pensar antes de investir em roupas de marcas famosas para os pequenos - tem que se ver o custo-benefício da peça para um bebê.

Tão importante quanto a questão financeira associada à prática de adquirir produtos seminovos, está também a ideia da sustentabilidade. Como o bebê cresce muito nos primeiros meses de vida, é normal que muitas peças de roupas e calçados sejam descartados, muitas vezes sem uso.

"Funciona muito bem para quem compra e para quem vende também", pontua Cunha sobre a comercialização de itens usados.

Para ela, é necessário entender a realidade de cada família. "Sempre falo que o principal item do enxoval é a informação. A partir dela, alinhamos o que os pais precisam de acordo com o estilo de vida deles, tendo em mente que o que é bom e funciona para uma família, pode não servir para outra", conclui.

Se você está meio perdida sobre como montar seu enxoval, Cunha elaborou uma lista para auxiliar nessa tarefa. Mas lembre-se que são apenas sugestões: o ideal é adaptar, acrescentar e priorizar os itens de acordo com a sua realidade.

Lista de enxoval do bebê

Para casa

  • 1 babá eletrônica
  • 1 garrafa térmica para higiene

Quarto

  • 3 toalhas com capuz
  • 3 toalhas fralda
  • 6 fraldas de boca
  • 3 jogos de lençol para berço
  • 2 cobertores de berço
  • 2 cobertores de enrolar
  • 2 edredons
  • 4 mantas
  • 1 protetor de colchão
  • 1 travesseiro anti refluxo

Banho e Higiene

  • 1 banheira com suporte
  • 1 termômetro para banho
  • 1 kit manicure
  • 1 kit escova e pente

Passeio

  • 1 bebê conforto (cadeirinha para carro)
  • 1 carrinho
  • 1 moisés
  • 1 canguru/sling
  • 1 berço portátil
  • 1 banheira portátil
  • 1 bolsa de passeio
  • 1 cadeirinha de descanso

Saúde

  • 1 termômetro
  • 1 bolsa térmica
  • 1 inalador
  • 1 aspirador nasal

Roupinhas

  • 5 bodies de manga curta RN
  • 5 bodies de manga curta 0-3 meses
  • 5 bodies de manga curta 3-6 meses
  • 5 bodies de manga longa RN
  • 5 bodies de manga longa 0-3 meses
  • 5 bodies de manga longa 3-6 meses
  • 6 macacões de malha tamanho RN
  • 6 macacões de malha tamanho 0-3 meses
  • 6 macacões de malha tamanho 3-6 meses
  • 6 macacões de plush tamanho RN
  • 6 macacões de plush tamanho 0-3 meses
  • 6 macacões de plush tamanho 3-6 meses
  • 3 pijamas 0-3 meses
  • 3 pijamas 3-6 meses
  • 4 calças RN
  • 4 calças 0-3 meses
  • 4 calças 3-6 meses
  • 4 blusas 0-3 meses
  • 4 blusas 3-6 meses
  • 1 saída de maternidade
  • 6 pares de meias RN
  • 10 pares de meias 0-6 meses
  • 4 pares de luvas
  • 4 toucas

O que não comprar no enxoval do bebê

Para Aline Fernandes Teixeira, que é enfermeira obstetra, consultora de amamentação e fundadora da Home Baby Assessoria, há itens que não devem entrar na lista das futuras mamães. Embora alguns profissionais ainda indiquem alguns desses objetos, ela é categórica em afirmar que não comprou quando ficou grávida e não orienta ninguém a adquiri-los. Apesar do aconselhamento, claro que a decisão final fica a critério dos pais.

Concha de amamentação

De acordo com Teixeira, há gestantes que usam o item para preparar o bico do seio para a amamentação, acreditando que ele fará o mamilo saltar. "O que falo é: quando a mulher vai ganhar o bebê, ela não vai utilizar essa concha no centro obstétrico. Então, ela ficou usando o item desde os oito meses de gestação e não vai adiantar nada", esclarece.

Ela defende que o melhor preparo para as mamas na gestação não está relacionado ao uso da concha, cremes ou bucha vegetal, mas sim na realização de cursos, quando possível, e em ler bastante sobre o assunto. Outro ponto que a enfermeira destaca é que o uso da concha pode levar a um quadro de candidíase mamária. ou outras intercorrências que podem acontecer, como a concha sair do lugar e cortar o bico do seio ou o aro muito rígido da concha obstruir o ducto mamário.

Chupeta e mamadeira

Quando o bebê usa um bico artificial, ele o pressiona em direção ao céu da boca. Já na hora de mamar no seio materno, a criança posiciona a língua como se fosse um gatinho tomando água, ou seja, põe a língua para a frente. Logo, se ele ficar longos períodos usando bicos artificiais, quando for sugar o seio vai tentar fazer o mesmo movimento e, ao não conseguir, provavelmente, desistirá, o que leva ao desmame.

"A indústria vende para a mãe que determinadas mamadeiras e chupetas devem ser adquiridas por serem mais parecidas com o seio materno, porém, sabemos que o silicone adere melhor ao lábio do bebê e a quantidade de leite sai mais fácil na mamadeira", diz. "Quando a mãe vai amamentar, ele compara: 'o outro saía mais fácil e esse aqui eu preciso fazer mais esforço, não quero'", esclarece.

Bico de silicone

Teixeira explica que a película bem fininha, que a indústria vende como se fosse um escudo para o bico do peito não doer, não adianta se a pega for feita errada. A enfermeira alerta, porém, que existem indicações para o bico de silicone, sim, mas que para isso é preciso uma avaliação presencial na qual a consultora vai averiguar se realmente existe a necessidade ou não do item.