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Tabata Amaral: "Com certeza apoiaria Lula em segundo turno com Bolsonaro"

De Universa

07/07/2021 19h32

A deputada federal Tabata Amaral (sem partido) foi a convidada do "E aí, Beleza?", o talk show de Universa, que foi ao ar nesta quarta-feira (7), e falou sobre assuntos que não costuma abordar, como cuidados com a pele, maquiagem e autoestima. Mas foi a política que dominou o papo com a maquiadora Fabi Gomes.

Tabata, durante o papo com Fabi Gomes no programa Imagem: Reprodução

Além de relembrar sua trajetória, Tabata analisou o cenário político atual e futuro. Em relação às eleições presidenciais de 2022, por exemplo, não hesitou em responder quem apoiaria em um possível segundo turno com Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula (PT). "Com certeza apoio a candidatura do Lula. Não tenho a menor dificuldade. Em 2018, dei meu voto para o PT. No segundo turno do próximo ano, votarei em qualquer democrata que fizer oposição ao presidente Bolsonaro", afirma.

Em conversa com a apresentadora Fabi Gomes, maquiadora e colunista de Universa, o próximo pleito não será uma disputa entre esquerda ou direita, como muitos acreditam, mas "civilização versus anticivilização".

Espero que a gente tenha a grandeza, enquanto país, de se unir em um projeto pró-democracia, contra o projeto autoritário, omisso, negacionista e criminoso do governo Bolsonaro

Tabata destaca, porém, seu receio de que a polarização vista nas eleições de 2018 se repita. "Tenho medo do quão violenta será a campanha, de que se crie essa polarização tão destrutiva, cheia de hoje. Trabalho para que a gente tenha um projeto de terceira via, que possa apresentar uma construção diferente e que consiga unir da centro esquerda à centro direita", salienta.

"Momento mais desafiador foi após ser atacada por Ciro Gomes"

Criada na Vila Missionária, bairro da periferia da zona sul de São Paulo, Tabata chegou ao Congresso tendo como plataforma projetos voltados para a educação. Cientista política e astrofísica, ela conta que nunca sonhou em entrar para a política, mas viu o caminho como algo natural em relação à causa pela qual milita.

E quem circula pelo Congresso, diz, tampouco a reconhece como uma parlamentar.

Todos os dias, literalmente, sou barrada na Câmara dos Deputados. Segurança me pergunta onde estou indo, mesmo que esteja com a identificação. Já me perguntaram onde eu tinha encontrado o crachá que os deputados utilizam. Falei que achei no chão e continuei andando

A resistência pelo fato de ser uma mulher jovem na política, ela diz, veio também dentro do próprio partido do qual fazia parte, o PDT, ao votar a favor da reforma da previdência, em 2019, e ser massacrada pelos colegas de legenda e militantes de esquerda.

Tabata: "Tenho medo do quão violenta será a campanha de 2022, de que se crie essa polarização tão destrutiva" Imagem: Reprodução

"Foi uma mudança política dentro do partido, que mudou sua orientação. Eu, recém-chegada na política, não consigo dar voto político, sei da importância da reforma, falei na minha campanha que apoiaria', lembra.

"O que ouvi do Ciro Gomes [vice-presidente do PDT] é que ele não tinha conseguido convencer o presidente do partido, o Carlos Lupi, que política era assim, que teria que mudar meu voto. Eu disse não. Falei: 'tenho todo respeito e admiração por você, mas me comprometi desde antes, eu mudei essa reforma, não consigo votar contra a minha convicção'", recorda Tabata.

Quando a gente desligou o telefone, achei que estava tudo bem, mas ele [Ciro Gomes] saiu dando uma série de entrevistas me chamando de traíra, vendida, falando que eu servia a dois senhores, ele seria um dos senhores, o outro seria aquele que teria mudado meu voto

Depois disso, Tabata conta que começou a receber diversos ataques e ameaças de morte e ser alvo de uma campanha de difamação pelas redes sociais. "Minha saúde mental foi para o lixo. Quando se fala de mulher, não é uma crítica política, falam da sua vida pessoal, de aparência, te ameaçam de estupro, de morte, é muito pesado."

Foram quase dez votos de parlamentares do PDT a favor da reforma, só o meu incomodou. Por que só o voto de uma mulher jovem é visto como desobediência?

Em maio, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou Tabata a mudar de partido sem perder o mandato citando violência política de gênero, ou seja, ataques por ser mulher, como justa causa para desfiliação. "Líderes partidários não têm salvo conduto para xingar, atacar, agir dessa forma. Acho que foi ali que as pessoas deixaram de me ver como menininha."

Fabi Gomes durante o papo à distância com a deputada Tabata Amaral. Imagem: Repodução

Próximos episódios do "E aí, Beleza?"

Os episódios do "E aí, Beleza?" vão ao ar sempre às quarta, às 20h, no Canal UOL. A maquiadora e colunista de Universa Fabi Gomes recebe mulheres de opinião e com trajetórias inspiradoras de diversas áreas, para falar sobre os desafios femininos no mercado de trabalho, maternidade, política feita por e para mulheres e ainda dá dicas de maquiagem.

No próximo programa, Fabi entrevistará a apresentadora e modelo Fernanda Motta.

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