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Kama Sutra do isolamento: elas inovaram no sexo e tiveram mais prazer

Leticia Almeida usou a cadeira erótica - Divulgação/Arquivo pessoal
Leticia Almeida usou a cadeira erótica Imagem: Divulgação/Arquivo pessoal

Rafaela Polo

Colaboração para Universa

27/05/2021 04h00

Está difícil concentrar no prazer por aí? Com tantos problemas demais, medos e reuniões on-line, as horas de lazer acabam prejudicadas e, consequentemente, o sexo. Em busca de dar uma movimentada diferente entre os lençóis tem gente procurando experimentar novas posições e acessórios.

Em uma pesquisa feita exclusivamente para Universa pelo site Sexlog, com quase 4 mil participantes, 68% das pessoas (entre elas, 65% mulheres) responderam que testaram uma posição sexual nova durante a quarentena, e o melhor: 98% garantiram que sentiram um aumento no prazer na hora do sexo.

Conversamos com mulheres que resolveram inovar no sexo em tempos de isolamento. Spoiler: valeu muito a pena.

Acessório que muda tudo

"Estou solteira no momento e agora está complicado encontrar com as pessoas. Estou buscando alguém fixo, mas ninguém passou no processo seletivo (risos). A manobra que eu fiz mais recentemente é uma que queria fazer há muito tempo, mas que não encontrava ninguém que topasse experimentar comigo: usar a cadeira erótica para transar. Fiz algumas posições que trabalham mais os pontos erógenos femininos. Escolhi uma poltrona de metal que é possível regular para diferentes posições. Ela é boa para variar. Foi muito interessante, pois a mulher tem pontos erógenos que a gente não identifica às vezes. Se ficarmos só no papai e mamãe, por exemplo, não atingimos esses novos locais, como o ponto U, que só é possível alcançar se fizermos uma posição com a pelve elevada"

Leticia Almeida, 27, empreendedora e dona de sex shop

Se tornou parte da rotina

arianne - Divulgação/Arquivo pessoal - Divulgação/Arquivo pessoal
Arianne de Castro inovou na posição
Imagem: Divulgação/Arquivo pessoal

"Sempre trabalhei com estratégia de vendas e em dezembro de 2020 decidi entrar no mercado erótico. É um ramo legal e diferente, que tem muitas buscas e também muitos tabus. Estou noiva e com a abertura do sex shop comecei a testar várias coisas para ver o que fazia sentido e até para saber explicar para os clientes. Sempre tive uma certa insegurança com o meu corpo. Meu quadril é largo e tinha vontade de tentar a posição cowgirl invertida (quando a mulher senta no colo do homem, de costas para ele, na penetração), mas tinha receio por causa do meu corpo. Mesmo assim decidi tentar. Gostamos tanto que repetimos! Foi muito legal. Ainda não moramos sozinhos, então temos alguns limites. Foi muito diferente para mim porque mexeu com a minha autoestima: pensava que seria horrível e foi ótimo. Saímos da rotina e agora a posição é quase parte dela"

Arianne de Castro, 25, empreendedora

Descobri o sexo tântrico

"Eu comecei a namorar em fevereiro de 2020, em pleno Carnaval, um pouquinho antes da pandemia. Então pegamos essa transição de mudança de ritmo no relacionamento. Durante esse tempo, nós vivemos uma revolução interna e aumentamos o nosso autoconhecimento. Eu mesma descobri um lado tântrico meu que estava adormecido. No sexo dessa forma, a mulher se valoriza mais, você acaba sentindo mais prazer. Como o meu namorado é muito respeitoso do feminino, foi muito bom. Tem posições que eu consigo ter orgasmos plenos e ele respeita isso. Eu descobri nesse tempo o prazer no sexo anal — algo que o sexo tântrico me trouxe. Pra mim, não foi tanto a posição, mas o fato de descobrir novas maneiras de sentir prazer. E agora não quero mais voltar ao jeito tradicional"

Ana Monteiro, 27 anos, bióloga e estudante de veterinária