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Sequestro, trânsito e mais: histórias curiosas de como casais se conheceram

Sylvia e Rodrigo se conheceram nos bastidores da Fashion Week Plus Size - TIAGO SALDANHA
Sylvia e Rodrigo se conheceram nos bastidores da Fashion Week Plus Size Imagem: TIAGO SALDANHA

Claudia Dias

Colaboração para Universa

20/02/2021 04h00

Encontrar sua "alma gêmea" é algo que pode acontecer em qualquer lugar, apesar de ser mais comum em ambientes que as pessoas frequentam no dia a dia - no trabalho, na academia, na faculdade ou na balada (ô, saudade!).

Algumas situações, porém, deixam o enredo amoroso ainda mais caprichado, como aconteceu com oito mulheres que contam à Universa as circunstâncias que uniram os casais.

Marcado na foto

Sylvia Barreto, 37 anos, e Rodrigo Barrionuevo, 39, já atuaram como modelos. E foi no backstage do Fashion Week Plus Size, em 2013, que se encontraram pela primeira vez. De cara, Sylvia se interessou pelo rapaz, um novato que ela não conhecia de passarelas anteriores. Neste evento, porém, nem conversaram. Restaram as redes sociais para ela descobrir mais sobre o moço que achou tão bonito.

"Um amigo em comum postou uma foto e marcou o Rodrigo. Comecei a seguir e, como não tinha fotos com namorada, o adicionei no Facebook e puxei conversa no chat, a princípio falando sobre moda plus size. Viramos amigos, conversávamos sempre, mas ele nunca dava em cima de mim", lembra.

Alguns meses depois ela descobriu que ele era, sim, comprometido. "Fiquei chateada, é claro, mas continuamos amigos. Até porque ele não sabia das minhas intenções", afirma. Mas quando ele a convidou para um evento da empresa em que trabalhava, descobriu que a relação havia terminado e os caminhos se abriram. Após 5 anos de namoro, estão casados há 2 anos e meio. "Não atuamos mais como modelos, mas valeu. Além de aprender muito sobre moda plus size, ainda conheci o Rodrigo", comemora.

O sonho que virou realidade

a jornalista Mylena Ribeiro, 32 anos, de Palmas, no Tocantins, - arquivo pessoal - arquivo pessoal
a jornalista Mylena Ribeiro, 32 anos, de Palmas, no Tocantins,
Imagem: arquivo pessoal

No dia dos namorados de 2018, a jornalista Mylena Ribeiro, 32 anos, de Palmas (TO) teve um sonho incomum. "Sonhei que estava em um lugar diferente, com três amigos, dois homens e uma mulher, que nem sei quem eram. Estávamos num cinema e, num momento não planejado, beijei a mulher, que até então era hétero. Ela não se sentia confortável porque um dos homens gostava dela, mas tinha rolado uma energia sexual forte", detalha.

Na vida real, pouco mais de uma semana depois, Mylena conheceu a agrônoma Dinorah Andrade, 24 anos, numa festa em um catamarã. A identificação foi imediata, só que a moça namorava um rapaz. Mais de um mês e um encontro casual depois, Dinorah decidiu terminar e tentar um relacionamento com Mylena, incentivadas por amigo em comum. O primeiro beijo, como no sonho, aconteceu dentro de um cinema. Elas moram juntas desde novembro de 2019 e oficializaram o casamento há um mês.

Sequestro como pano de fundo

Moradores de Mangaratiba, Priscila Borges e Carlos Junior usavam um ônibus cedido pela prefeitura para se deslocar até o Rio de Janeiro e frequentar a faculdade, isso lá em 2005. Ela era aluna de Geografia, e o atual marido cursava História.

"Era primeiro dia de aula do segundo ano. Estávamos sentados perto, nos últimos bancos e começamos a conversar. Quando paramos em outra universidade para pegar mais estudantes, cinco rapazes entraram, bem armados, e anunciaram o sequestro do ônibus. Rodaram com a gente a zona oeste toda, até que, por fim, resolveram levar tudo que todo mundo tinha de valor"

Detalhe: o crime tinha como alvo outro veículo, vindo de Angra dos Reis, cujos alunos levavam dinheiro para pagar a mensalidade da condução.

Na época, ambos estavam em relacionamentos e, por isso, o contato deles não era muito próximo. Priscila, inclusive, morou um tempo em Minas Gerais. "Só começamos a namorar em 2009, depois que eu já tinha voltado para o Rio e reencontrado o Junior na faculdade, pois eu precisava pagar duas matérias. Quando ele tinha terminado o namoro, me convidou para ver sua banda tocar", conta. Um ano depois veio o noivado e, em 2013, o casamento no civil. A cerimônia religiosa aconteceu em 2019, mesmo ano em que nasceu a filha caçula dos dois, Eva, irmã mais nova de Olga.

Trânsito com paquera

Paula e Renato se conheceram no trânsito de São Paulo - arquivo pessoal - arquivo pessoal
Paula e Renato se conheceram no trânsito de São Paulo
Imagem: arquivo pessoal

Era uma terça-feira de maio, há quatro anos, quando a astróloga Paula Arruda enfrentava o caótico trânsito na região central da capital paulista para chegar ao teatro. Numa das paradas do congestionamento, desviou o olhar e o motorista do carro ao lado chamou sua atenção. Trocaram sorrisos, os veículos seguiram e, quando ela precisava virar numa rua à direita, Renato Iannucci lhe deu passagem, piscando os faróis.

"Abri o vidro para dar um tchau e ele também virou à direita. Aí fiquei nervosa. O trânsito parou novamente, ele perguntou meu nome e pediu meu telefone. Fiquei na dúvida, mas dei o número. Que mal teria?", diz. Na parada seguinte, Renato questionou se Paula era casada ou tinha namorado. "Disse que não e ele falou que iria me ligar pra gente combinar um encontro em algum lugar como o McDonald's. Achei engraçado", relata. Depois da peça de teatro, a conversa no WhatsApp fluiu e engataram no namoro. "Muita gente não faria o que fiz, mas se eu não tivesse dado o número não teria conhecido o amor da minha vida!", acredita.

Cartas de leitores roqueiros

Caroline e Alexandre são fãs do Metallica - arquivo pessoal - arquivo pessoal
Fãs do Metallica, a paixão pela banda uniu o casal Caroline e Alexandre. Hoje casados e pais de Sofia
Imagem: arquivo pessoal

Em 2003, Caroline Zeine Fakhouri Martins era uma adolescente de 14 anos que havia escrito para a revista Rock Brigade, comentando uma matéria sobre sua banda favorita, Metallica. Seu elogio acabou parando na seção de cartas do leitor, junto com seu endereço eletrônico. Pouco tempo depois, ela recebeu email de Alexandre Simões Martins, outro fã da banda norte-americana.

"Nas primeiras conversas, o assunto era só rock, mas rapidamente virou paquera", conta. Vieram as cartas via Correios, mais e-mails e, posteriormente, o MSN. A garota morava na capital paulista e o rapaz, na mineira Arcos. Com o tempo, se afastaram, mas em 2011 Alexandre a adicionou no Facebook.

O papo retomou firme e forte e, no ano seguinte, combinaram de se conhecer pessoalmente durante festival que aconteceria em Varginha, também em Minas Gerais. Foi ali, no Roça'n'roll, que eles já começaram a namorar - na época, ela estava com 23 anos e ele, com 33. Foram 3 anos de namoro e 1 de noivado, tudo à distância, até que se casaram em 2016. Hoje moram em Minas Gerais, são pais de Sofia, de 2 anos, e ainda planejam curtir um show de Metallica juntos, já que só tiveram tal oportunidade quando não estavam juntos.

Foi só uma batidinha no carro...

Em 1972, Magda Barosa de Oliveira dirigia tranquilamente na margem direita de uma grande avenida de São Paulo quando notou um carro à esquerda, com o motorista buzinando e pedindo passagem para virar na rua ao lado. Ela continuou seu caminho, até que sentiu uma batida no carro. Na rua seguinte, virou para procurar o motorista e encontrou Luiz Pierro Barosa de Oliveira parado.

"Desci do carro irritada. Ele disse que iria pagar, que tinha seguro. Trocamos telefone para definir o que fazer e, quando entrei no carro, minha mãe, no banco ao lado, ainda disse: 'Se fosse fotonovela, você casava com ele. Isso me deixou mais irritada ainda", recorda-se Magda.

Em casa, viu que o estrago era mínimo. Luiz, por outro lado, passou a telefonar várias vezes, pedindo informações diferentes. "Quando meu pai disse que arrumaria, por ser algo pequeno, liguei avisando. Ele sugeriu que fôssemos jantar para comemorar", lembra-se. O casamento aconteceu quatro anos depois. Com 68 anos de idade, o casal tem dois filhos, três netos e um outro a caminho. "Quando ele se irrita comigo, até hoje fala: 'Antes eu tivesse pago aquela batida'", brinca.

De padrinhos a namorados

Renata Gianetti, 35 anos, e Thiago Moura, 41, de São Paulo,  - arquivo pessoal - arquivo pessoal
Renata Gianetti, 35 anos, e Thiago Moura, 41, de São Paulo,
Imagem: arquivo pessoal

A primeira vez em que Renata Gianetti, 35 anos, e Thiago Moura, 41, de São Paulo, se viram, foi numa igreja, onde caminharam juntos até altar. Mas, calma, eles eram padrinhos de casamento de seus melhores amigos. Poucos dias antes da cerimônia, Renata, que seria madrinha de uma amiga, se separou do marido. A noiva convidou um primo solteiro do noivo para ser o par.

"Não nos conhecíamos e eu, recém-separada, não tive qualquer interesse", conta Renata. Tanto que ela e o ex tentaram se reconciliar e ficaram juntos por mais dois anos. Quando a separação veio definitivamente, ela reencontrou o padrinho que a acompanhou, justamente no aniversário da afilhada. "Nesse dia, começamos a conversar e, três encontros depois, começamos a namorar. Estamos juntos há quase três anos", relata.

No meio da manifestação havia um crush

 Ana Paula Ferreira Dias Lapuente, 32 anos, e Rafael Saraiva Lapuente, - arquivo pessoal - arquivo pessoal
Ana Paula Ferreira Dias Lapuente, 32 anos, e Rafael Saraiva Lapuente,
Imagem: arquivo pessoal

Um interesse em comum entre Ana Paula Ferreira Dias Lapuente, 32 anos, e Rafael Saraiva Lapuente, 28 anos, é a política. Moradores de Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre, nunca economizaram nas postagens sobre o posicionamento deles nas redes sociais. Por isso, não demorou muito para virarem amigos virtuais. As curtidas aos memes e posts evoluíram para comentários mútuos, o que despertou o interesse de se conhecerem pessoalmente. O encontro dos então amigos aconteceu durante uma manifestação na capital gaúcha, no início de 2012.

"Tiramos foto com mais amigos e fomos nos aproximando cada vez mais. Me sentia à vontade para desabafar, virou meu melhor amigo", relata Ana Paula. Até que, numa reunião partidária, ela começou a olhar para ele com outros olhos. Numa festa para angariar fundos destinados a outra manifestação, rolou um climinha, mas nada às claras. Já apaixonada, a recepcionista acabou se declarando, apesar do medo de perder a amizade com aquele cara que era reservado. O que não sabia era que ele receava não ter chance com ela, pois a considervaa muito bonita. Juntos há quase 8 anos, têm dois filhos, Marcela e Artur.