Como mulher do sertanejo Marlon: vale a pena expor traição nas redes?
A ex-mulher do sertanejo Marlon (da dupla com o irmão Maycon) expôs uma traição do artista nas redes para explicar o fim do casamento de 15 anos, num post publicado nesta sexta-feira (13).
Na sua página no Instagram, Letícia Oliveira escreveu que depois de dois abortos espontâneos, recebeu a notícia de que tinha ganho o tratamento de fertilização de que esperava, e ao contar para o então companheiro a novidade, ouviu dele o pedido de separação. E que dias depois descobriu a traição.
"Marlon me traiu com a mulher do seu melhor amigo, que também era a minha amiga. Acho que ninguém espera algo assim. Frequentamos muito a casa deles, tínhamos jantares juntos, ela por vezes foi a minha confidente", ela escreveu.
Entre as mensagens, seguidoras escrevem que a atitude de Letícia de contar sua história pode ajudar o próximo a passar por essa situação. Mas será que todos os casos de traição merecem ser jogados nas redes?
Em sua coluna, Lia Bock já fez esse questionamento. E alerta que é preciso ter em mente que fazer uma postagem de "denúncia" sobre uma traição fala muito mais sobre nós do que sobre o traidor em questão.
"Alguns casos são imaturidade pura, outros resvalam no comportamento doentio. Mas a verdade é que, infelizmente, vivemos uma era de hipocrisia nos relacionamentos. Ninguém quer falar de casamento aberto, ninguém quer decretar a falência da monogamia e muitos preferem as palavras bonitas da negação a encarar a realidade dos fatos. E isso merece virar pauta. Precisamos mesmo nos debruçar sobre essa dissimulação amorosa, mas questiono se isso deve ser feito apontando o dedo para esta ou aquela pessoa", ela pontua, e continua:
"O que quero dizer é que o marido traído por mais de dez anos pode ter toda razão, assim como a moça que foi enganada pelo rapaz que se dizia solteiro e apaixonado. Mas, quando jogam essas histórias nos textões e tuítes desse mundão, os argumentos dão lugar ao vazio das opiniões supérfluas de terceiros jogando não apenas o traidor na jaula dos leões, mas também a nós mesmos e todos aqueles que estão em volta, como filhos, pais e eventuais outros envolvido".
Em entrevista a Universa, a psicóloga Rosana Zanella, professora do curso de Psicologia da FMU, de São Paulo (SP), enxerga um sentimento forte por trás da vontade da pessoa traída de contar para todo mundo o que o outro fez.
"Esse ódio só existe porque ainda há um amor muito grande envolvido. E por isso dói, dilacera o coração. Se o amor não existisse, a pessoa nem ligaria para o fim do relacionamento", diz ela.
E, se o casal resolver reatar, ela ensina: tenha consciência de que você não deve satisfações para ninguém, já que a pessoa que expôs a traição será cobrada por todos aqueles que foram seus confidentes nos momentos difíceis.
"A sociedade julga bastante quem perdoa uma traição. Exige-se uma postura inflexível e determinada do indivíduo que foi traído. Amigos e familiares também costumam ter essa reação para evitar novos sofrimentos da pessoa decorrentes de possíveis futuras traições, assim como evitar novas situações de constrangimento e de atritos interpessoais", explica a professora.
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