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Em aula, professora culpa mulheres em casos de estupro: 'Por que provocar?'

Colégio Adventista IABC fica em Abadiânia, na região leste de Goiás - Reprodução/Facebook
Colégio Adventista IABC fica em Abadiânia, na região leste de Goiás Imagem: Reprodução/Facebook

Pedro Paulo Couto

Colaboração para o UOL, em Goiânia

06/11/2020 10h27

Uma professora do ensino fundamental do Colégio Adventista IABC, que fica em Abadiânia, na região leste de Goiás, foi afastada de suas funções após ter atribuído, em muitas situações, culpa às mulheres em casos de estupro. O comentário dela foi feito ontem, durante uma aula on-line para alunos do 8º ano quando o assunto era violência sexual.

A funcionária, que não teve o nome revelado, começa a dar sua opinião sobre o tema e chega a citar a roupa usada pelas mulheres como forma de provocação aos homens.

"Agora você vai andar pelada na rua, chamando atenção dos homens? Se o homem olha, você vai falar que ele é um tarado. Em muitas das vezes, a mulher é culpada pelo estupro", disse a docente, segundo a mãe de um aluno, que não quis se identificar, ao UOL.

Os comentários da professora repercutiram nas redes sociais, gerando críticas e reação do colégio, que divulgou uma nota afirmando que 'não compactua com qualquer opinião de cunho pessoal de seus funcionários que atribua à vítima culpa por ação criminosa.'

Em uma das postagens da unidade, várias pessoas comentaram e reclamaram da postura da professora. "Vale ressaltar que a culpa nunca é da vítima, ressalte isso conscientizando esses alunos que tiveram que ouvir um absurdo desses, façam o mínimo, por favor!!!", registrou uma internauta.

Outra seguidora comentou com revolta, dizendo que a instituição deveria mudar "o sistema de ensino que, em lugar de ser acolhedor, é completamente machista".

A reportagem entrou em contato com o colégio, na manhã de hoje, e foi informada que a instituição só vai se posicionar através da nota.

"O Instituto Adventista Brasil Central (IABC) não compactua com qualquer opinião de cunho pessoal de seus funcionários que atribua à vítima culpa por ação criminosa. A instituição reforça, ainda, que todo ato de violência física, verbal e/ou sexual deve ser punido nos termos da legislação brasileira, e lamenta profundamente o ocorrido na manhã desta quarta-feira, 4, em uma das salas de aula do colégio. As medidas necessárias já foram tomadas e a funcionária em questão foi afastada de suas funções."