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RJ: Filhos fazem campanha na internet para achar pai suspeito de matar a ex

Mara Cristina Tavares - Arquivo pessoal
Mara Cristina Tavares Imagem: Arquivo pessoal

Vinícius Rangel

Colaboração para Universa, em Vitória

16/09/2020 19h10

Uma mulher de 55 anos foi morta a tiros, ontem de manhã, em Campos de Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do crime é o ex-marido, o capixaba Nilton Francisco Rangel Pinto, morador de Guarapari. Os filhos do casal fizeram uma campanha nas redes socais para achar o pai.

A dona de casa Mara Cristina Tavares foi assassinada no quintal onde morava. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que um homem chega em uma caminhonete vermelha, desce do veículo e atira em Mara, que estava varrendo a calçada. Ela chega a correr, mas é morta com vários tiros na cabeça e nas costas.

"Eu estava em casa, moro no mesmo quintal e eu ouvi os disparos ela chamando o meu nome. Quando cheguei, ela já estava sem vida. Ele foi covarde, atirou quatro vezes na cabeça dela e eu não pude fazer nada. Eu ainda escuto ela chamando o meu nome, foi covardia", disse o filho de Mara, Nilton Netto.

A irmã da vítima, Márcia Tavares, contou que Mara estava se preparando para ir à casa da mãe. "Minha irmã sempre foi uma pessoa feliz, alegre, mas há três meses ele estava cercando a casa dela. Ela estava se preparando pra ir cuidar da minha mãe. A gente se reveza. Ainda não acredito que isso aconteceu", disse.

Após os disparos, o autor do crime saiu da residência tranquilamente e fugiu do local de carro. Abalados com a morte da mãe, os dois filhos da vítima foram para as redes sociais e publicaram fotos do pai, suspeito do crime. O objetivo era conseguir informações que levassem à prisão dele.

Filhos fazem campanha na internet para achar pai suspeito de matar a ex no RJ - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Os filhos do suspeito fizeram uma campanha na internet
Imagem: Reprodução/Instagram

"A gente publicou as fotos para ver se alguém consegue encontrar ele, ele precisa pagar pelo crime que cometeu. A minha mãe só a tinha eu e minha irmã. Eu estava aqui, mas minha irmã voltou hoje de Portugal. Eu não pude me despedir da minha mãe, não pude levar rosas para ela" contou Netto.

Polícia Civil pediu prisão de suspeito

A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou um inquérito para poder investigar o caso. Por meio de nota, a PC informou que está atrás do suspeito.

Testemunhas viram o homem ainda na rodoviária de Vitória, na região metropolitana no Espírito Santo. A Polícia Civil capixaba está em contato com a PC carioca para conseguir informações sobre o suspeito, mais detalhes não foram repassados.

O suspeito Nilton Francisco Rangel Pinto é um empresário do ramo alimentício em Guarapari, onde trabalha com trailers de alimentos nas orlas do município e também em eventos particulares. Amigos e familiares ligados a ele ficaram surpresos com o crime, mas não quiseram dar nenhuma declaração sobre o caso.

A reportagem de Universa tentou entrar em contato por telefone com o suspeito, mas as ligações não foram atendidas.

Filho aponta relacionamento abusivo

O estudante de nutrição Nilton Netto, de 24 anos, afirmou à reportagem que a mãe vivia um relacionamento abusivo desde quando moravam em Guarapari. O casal passou 25 anos no balneário. Há oito, ela fugiu de casa e voltou para o Rio de Janeiro.

"Somos todos do Rio. Minha ficou muitos anos em Guarapari e ela me dizia que já tinha apanhado dele. Levou um soco na cara e acabou fugindo. A gente era pequeno. Até os 13 anos, meu pai era excelente comigo, mas depois disso tudo mudou. Ele era um péssimo marido" contou Netto.

Após a separação do casal, a mãe então entrou na Justiça para que o valor da pensão estipulado fosse cumprido, de R$ 1.200. Porém o valor nunca era pago integralmente e gerou um processo que o suspeito foi obrigado a pagar R$ 17 mil, em setembro desse ano. Essa seria a principal motivação do crime, segundo a família.

"Meu pai sempre teve ódio da minha mãe porque desse processo. Ele nunca pagava o valor direito da pensão. Ele dizia que iria matar a minha mãe e depois se mataria, mas eu sei que ele é covarde. Eu quero encontrar ele e perguntar por que ele fez isso, vou olhar para ele. Ele tem que pagar" disse o filho.