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Sensação do humor no TikTok, Pequena Lo é psicóloga e trabalhou em hospital

Pequena Lo se espantou com o sucesso dos seus vídeos no TikTok - Reprodução / Instagram
Pequena Lo se espantou com o sucesso dos seus vídeos no TikTok Imagem: Reprodução / Instagram

Ana Bardella

De Universa

04/09/2020 04h00

Ainda que você não siga a Pequena Lo, já deve ter se deparado com algum dos vídeos dela pelo Whatsapp, Twitter ou Instagram. Com mais de 1,3 milhão de seguidores no TikTok, suas gravações com caras, bocas e vozes engraçadas simulando situações constrangedoras do dia a dia circulam e fazem sucesso por todas as redes.

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A mineira Lorrane Silva começou a produzir conteúdo para a internet em 2015. Na época, a intenção era dialogar com o público usando o bom humor para quebrar o gelo — e, a partir daí, discutir sobre diferentes tipos de assuntos. Extrovertida, ela gravava vídeos contando sobre suas experiências enquanto pessoa com deficiência e desabafando a respeito de preconceitos. Hoje, aos 24 anos, após fazer uma pausa para se dedicar aos estudos na área de psicologia, viu o número de seguidores explodir nas redes a ponto de se assustar com o alcance das postagens. Conheça mais sobre a sua trajetória:

Risadas sempre presentes

Lo garante que sempre foi bem-humorada -- e que isso nada tem a ver com sua condição física. Natural de Araxá, interior de Minas Gerais, ela nasceu com uma síndrome não identificada, mas associada a displasia óssea, que afetou seu crescimento e que interfere na sua mobilidade. "Mas não é por isso que eu seria uma pessoa triste. Sou assim, do jeito que apareço nos vídeos, independentemente do meu físico", ela diz.

QUEM? KKKKKKK . . #humor#comedia#memes

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Apesar de avaliar que ainda existem diversos preconceitos contra as pessoas com deficiência, Lo comemora o fato de muitas delas estarem ganhando visibilidade na internet, ajudando a quebrar tabus e estereótipos em torno do assunto.

De rede social em rede social, até rainha do TikTok

Em 2015, Pequena Lo passou a se aventurar pelas redes. Começou no YouTube, com vídeos sobre preconceito. No ano seguinte, foi para o Instagram e ampliou o foco. Deixou de falar apenas sobre preconceito e se soltou, dançando os hits do momento. "Alguns cantores famosos repostavam e meu perfil começou a crescer", conta. Porém, neste mesmo ano, parou com as redes sociais, uma vez que ingressou na faculdade de psicologia e precisou se dedicar mais aos estudos.

Dois anos depois, a saudade falou mais alto e Lo decidiu voltar para a internet. Durante um tempo, conciliou o estágio em um hospital com as postagens. "Meus colegas de trabalho eram meus seguidores, inclusive. Tanto que até hoje recebo mensagens de alguns deles falando sobre os vídeos. Uma coisa nunca impediu a outra por causa do meu profissionalismo", ela avalia. No início deste ano, Lo completou a faculdade de psicologia e garante que pretende atuar na área.

Enquanto isso, no ambiente digital, Lo ia explorando diferentes formatos, a fim de entender quais gostava mais de produzir e quais rendiam mais audiência. "Entrei em 2020 para o TikTok e me encontrei nos vídeos curtos, rápidos. Percebi que eles davam mais engajamento". Até chegar a essa conclusão, demorou um pouco. Mas depois que acertou o tom, ela assistiu a uma explosão de visualizações no seu material. "Jamais esperava por essa repercussão toda", conta. Até o momento, seu vídeo mais acessado é este:

EU NAO IA AGUENTAR . . #humor#comedia

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Cabeça e planos a mil

Muito do seu crescimento vem também da alta produtividade: Lo chega a publicar até três vídeos por dia. "Como criadora de conteúdo, minha cabeça não para. Estou sempre atenta aos detalhes da rotina ou aos assuntos da internet para chegar a um tema que possa gerar identificação", diz. Isso não impede, no entanto, seus planos de retomar a carreira como psicóloga. E ela conta, inclusive, que já recebeu diversos pedidos de seguidores para realizar atendimentos online. "É claro que não sou totalmente séria atendendo, mas também não ajo como a Pequena Lo da internet. Talvez, no início, fosse necessário deixar isso claro para os pacientes, explicar que é outro tipo de trabalho. Mas não vejo meu conteúdo na internet como um impeditivo para conseguir bons resultados com eles", ela opina.