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Papo de vagina

Lubrificação: o que é e quais fatores atrapalham a produção por mulheres

Beber água ajuda a estimular a lubrificação. Especialistas dão dicas - Adene Sanchez/iStock
Beber água ajuda a estimular a lubrificação. Especialistas dão dicas Imagem: Adene Sanchez/iStock

Heloisa Noronha

Colaboração para Universa

19/08/2020 04h00Atualizada em 24/08/2020 10h04

A lubrificação é uma peça fundamental para o sexo ser mais confortável e gostoso, mas ainda é cercada de mitos e incertezas. Com a ajuda de especialistas, Universa selecionou informações básicas sobre as questões mais populares.

O que é a lubrificação feminina?

Trata-se de uma secreção aquosa e levemente espessa produzida pelas glândulas de Bartholin e Skene, situadas nas paredes da vagina. Elas são estimuladas pelo estrogênio produzido pelos ovários e têm como função preparar a vagina para a penetração, deixando-a mais inchada e molhada. Além do estrogênio, o hormônio testosterona também ativa a lubrificação.

A lubrificação feminina muda conforme o ciclo menstrual?

Sim, por conta da variação dos hormônios. Durante a ovulação, o corpo feminino sofre um pico de estrogênio e testosterona, o que aumenta bastante a vascularização de toda a vagina e, consequentemente, a lubrificação. À medida que a menstruação se aproxima, a lubrificação diminui.

Quais fatores alteram a lubrificação da mulher?

Antialérgicos, antidepressivos, alguns anticoncepcionais e doenças como lúpus e Síndrome de Sjögren, períodos de estresse, pós-parto, amamentação e menopausa são alguns exemplos. Fatores emocionais como experiências sexuais traumáticas e situações de abuso também interferem na libido feminina, prejudicando a lubrificação.

É importante, nesses casos, consultar um ginecologista para checar quais tratamentos podem ajudar, como a reposição hormonal.

Sangue menstrual funciona como um lubrificante natural?

O fluxo pode facilitar o deslize do pênis, mas por um curto período de tempo. Ao longo da relação sexual o sangue costuma ressecar e o risco de a mulher sentir dor e até sofrer fissuras vaginais é grande. É importante, mesmo durante a menstruação, usar lubrificantes à base de água vendidos em farmácia, que reduzem o atrito.

É verdade que as duchas vaginais atrapalham a lubrificação?

Sim, porque alteram o pH da vagina, afetam a flora local e ainda diminuem a defesa do organismo. Tudo isso causa um quadro de ressecamento que certamente vai diminuir sua lubrificação natural na hora do sexo. Lembre-se sempre que a própria vagina se encarrega de fazer sua limpeza interna e abandone o uso recorrente de duchinhas.

Alguma prática sexual pode interferir na lubrificação natural da mulher?

Em relações sexuais muito longas, é provável que a lubrificação inicial vá diminuindo. Quando o sexo é feito sob a água - no mar, na piscina, na banheira ou no chuveiro -, a vagina tende a ficar mais seca. Nos dois casos, o ideal é adotar um lubrificante industrial à base de água, o mais recomendado por especialistas por reduzir drasticamente o incômodo causado pelo atrito com o pênis e não rasgar o látex de preservativos.

Beber muita água ajuda a estimular a lubrificação?

Sim. A desidratação do organismo pode ser uma das causas do ressecamento vaginal. Beber cerca de dois litros de água por dia para se hidratar é uma das formas naturais de combater esse desconforto.

Os homens também têm lubrificação?

Popularmente chamado de "babinha", o líquido pré-ejaculatório é uma secreção que tem como função limpar o canal uretral masculino, além de garantir uma certa lubrificação que pode facilitar a penetração. Ele contém líquidos das glândulas que estão em volta da uretra e pode conter alguns espermatozoides.

Por conter espermatozoides, esse líquido pode engravidar a mulher?

Se o homem fez sexo, não urinou e tem outra relação, a secreção pode conter espermatozoides que ficaram retidos na uretra na última ejaculação e "empurrá-los" rumo ao óvulo. É algo raro, mas pode acontecer.

Fontes consultadas: Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP); Caroline Alexandra Pereira, ginecologista e obstetra da Clínica Viváter, de São Paulo (SP), e Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP).

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