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Alice Felis reconhece suspeito de ataque transfóbico: 'Nunca vou esquecer'

Alice Felis postou uma foto em seu Instagram protestando contra o ataque que sofreu - Reprodução/Instagram @aalicefelisooficial
Alice Felis postou uma foto em seu Instagram protestando contra o ataque que sofreu Imagem: Reprodução/Instagram @aalicefelisooficial

De Universa, em São Paulo

19/08/2020 10h07Atualizada em 19/08/2020 12h34

A modelo e blogueira Alice Felis, que foi vítima de um ataque transfóbico em Copacabana, no Rio de Janeiro, na madrugada de domingo (16), reconheceu o homem que quebrou seu maxilar e seu nariz e a roubou.

Com ajuda de fotografias fornecidas pela 13ª Delegacia de Polícia, a vítima foi capaz de identificar o agressor, que já tem passagem pela polícia por furtos e roubos e é conhecido no bairro por atacar LGBTs.

Em entrevista ao Bom Dia Rio, telejornal da TV Globo, Alice disse que jamais vai conseguir esquecer as marcas da transfobia.

"O que eu passei nesse dia eu não desejo para ninguém. É uma cena que eu nunca vou esquecer, nunca vai sair da minha cabeça. Eu vou levar esses hematomas, essas marcas, eternamente", afirmou.

"Por mais que você faça o bem, por mais que você seja uma pessoa boa, sempre vai ter uma pessoa que vai te atirar uma pedra, vai te discriminar", declarou ao jornal.

Agressões após encontro

Alice e o agressor se conheceram em um bar no bairro de Copacabana e, depois, foram para o apartamento da modelo. Lá, segunda ela, os dois continuaram a beber até que, horas depois, o ataque começou.

"Ele pegou o meu pescoço, me arrastou no chão e começou a me bater, me esmurrar, me dar soco. Ele quebrou o meu maxilar, meu nariz, eu to com a boca costurada, levei ponto. Ele tentou me esfaquear", relatou na entrevista.

A advogada de Alice, Feh Oliveira, afirmou que o homem deve responder por tentativa de latrocínio — roubo seguido de morte — por ter levado R$ 3,6 mil da casa da modelo.

"A gente vai continuar lutando para que essa tentativa bárbara de latrocínio motivada pela LGBTfobia seja julgada e que isso sirva de exemplo para essa sociedade que acha que é ok matar homossexual, é ok matar travesti, é ok matar transexual e ninguém vai fazer nada", declarou Feh.

Alice Felis está arrecadando doações para conseguir arcar com as despesas das cirurgias plásticas que ela vai precisar enfrentar para corrigir o maxilar e o nariz quebrados pelo agressor.

Mobilização de famosos

Ontem, Pabllo Vittar fez um desabafo em apoio a Alice Felis. Em seus stories no Instagram, a cantora lamentou o episódio e divulgou um projeto idealizado para ajudar Alice a se recuperar.

"Até quando, né, meninas? A gente vai acordar e vai se deparar com situações como essa, como a da Alice, que foi brutalmente espancada, graças a Deus não perdeu a vida, mas está em uma situação muito delicada, precisando da nossa ajuda. Quem puder ajudar, do fundo do coração, ajude, porque ela está precisando da gente nesse momento", pediu Pabllo.

"E eu espero do fundo do meu coração que quem fez isso pague, seja preso, e que a justiça seja feita", concluiu a artista, uma das famosas a apoiar Alice.

Outros artistas também se posicionaram em defesa e solidariedade a Alice, como Felipe Neto e Preta Gil.

Tifanny Abreu, primeira jogadora transexual da Superliga Feminina de Vôlei, foi uma dessas pessoas. "Tristeza, gente. Precisamos nos proteger, precisamos nos unir e exigir políticas públicas de proteção já está passando dos limites", escreveu a atleta em uma publicação de Alice no Instagram.

"Já assisti. Já chorei de ódio dessa transfobia maldita que ainda existe, não é possível", declarou a atriz Kéfera Buchmann.