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RJ: Atendimentos de violência doméstica em 2020 já são 76% dos de todo 2019

Nos primeiros sete meses de 2020, o estado do Rio de Janeiro registrou 76% das denúncias de todo o ano de 2019 - Getty Images/iStockphoto
Nos primeiros sete meses de 2020, o estado do Rio de Janeiro registrou 76% das denúncias de todo o ano de 2019 Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Universa, em São Paulo*

18/08/2020 11h16Atualizada em 18/08/2020 12h02

Os atendimentos a mulheres vítimas de violência doméstica no estado do Rio de Janeiro nos primeiros sete meses de 2020 representam 76,41% de todos os realizados no ano de 2019, segundo a Justiça.

De janeiro a julho deste ano, a Cejuvida (Central Judiciária de Acolhimento da Mulher Vítima de Violência Doméstica do Rio) registrou 1.500 atendimentos, enquanto em 2019 foram 1.963 durante o ano todo.

A média de atendimentos do último ano foi de 164 por mês, durante os 12 meses. Já em 2020, essa média subiu para 214 nos primeiros sete meses, 50 ocorrências a mais todo mês.

Ainda segundo a Justiça do Rio, das mulheres atendidas de janeiro a julho, 26 foram encaminhadas a abrigos para não ficarem expostas aos seus agressores após a denúncia.

Esses abrigos possuem atendimento psicológico e assistência social para mulheres e filhos pequenos, além de motoristas para levar e buscar as vítimas em segurança das delegacias.

Aumento de casos na pandemia

Os isolamentos em toda a América Latina são uma medida para ajudar a frear a disseminação da covid-19, mas têm uma consequência: um pico de ligações para disques-denúncia indica um aumento de abusos domésticos em uma região na qual quase 20 milhões de mulheres e meninas sofrem violência sexual e física a cada ano, segundo a agência Reuters.

Em cidades como Buenos Aires, Cidade do México, Santiago, São Paulo e La Paz, famílias e indivíduos estão confinados em casa de maneira inédita, muitas vezes só tendo permissão para sair para comprar itens essenciais ou para emergências.

Procuradores, equipes de apoio a vítimas, movimentos feministas e a ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que isto causou uma disparada de casos de violência doméstica contra as mulheres, e citam um número crescente de chamadas para os telefones de denúncia.

"O salto da violência não nos surpreendeu, é o desencadeamento de uma violência que já estava nas pessoas", disse Eva Giberti, fundadora do programa Vítimas Contra a Violência da Argentina, que tem um disque-denúncia para as mulheres relatarem abusos.

Como pedir ajuda ao Cejuvida

As mulheres vítimas de violência no Rio podem procurar a ajuda do Cejuvida pelos telefones (21) 3133-2996 e (21) 3133-4387. O atendimento é feito das 18h (de Brasília) até às 11h do dia seguinte e funciona aos finais de semana e feriados.

*Com informações da Reuters