Universidade cristã revoga admissão de estudante gay nos EUA
A Universidade Union, no Tennessee (EUA), enviou uma carta ao estudante Alex Duron revogando sua admissão ao descobrir que ele é gay. O enfermeiro compartilhou o comunicado em seu Facebook, gerando indignação:
"O que aconteceu comigo não é a pior parte", escreveu Alex na postagem. "Você sabia que isso é 100% legal? Você sabia que a Universidade Union não é completamente particular, e recebe verba federal? Você sabia que seus impostos estão permitindo que eles discriminem pessoas LGBTQ+ e seus aliados?"
Ele havia sido aceito para o programa de pós-graduação em Anestesia em Enfermagem. Na carta, a instituição afirma que o perfil de Alex nas redes sociais, assim como seu pedido para morar com o parceiro nas acomodações da universidade, demonstraram sua "indisposição para honrar o compromisso que assinou".
"Como uma instituição educacional centrada em Cristo, nós recebemos todos os estudantes academicamente qualificados que buscarem a educação rigorosa e focada na fé que oferecemos, e que estejam dispostos a seguir nossos valores comunitários."
Em anexo, a universidade enviou uma cópia de suas diretrizes, que incluem a proibição da "promoção, defesa ou prática de um estilo de vida homossexual (incluindo comportamentos românticos em relação ao mesmo sexo)".
Ao BuzzFeed News, Duron confirmou que assinou a declaração de valores comunitários, mas assumiu que eles significavam que ele não poderia falar abertamente sobre sua sexualidade no campus — e não que sua vida privada seria analisada. Ele também negou que tenha pedido para viver com o parceiro nas acomodações da instituição.
Ele não sabe como a universidade descobriu seu relacionamento, já que ele não costumava postar a respeito nas redes sociais. No entanto, seu noivo relata que um perfil relacionado à instituição havia visualizado seu perfil no LinkedIn.
Em nota enviada ao site, a universidade afirmou que tem "padrões de comportamento para o corpo docente, discente e de funcionários que são consistentes com os ensinamentos bíblicos e a prática cristã histórica e ortodoxa".
Alunos e ex-alunos da instituição afirmam que a discriminação contra a população LGBTQ+ é prática corriqueira, e muitos vivem com medo de terem sua educação prejudicada caso sua orientação sexual seja divulgada:
"Eu ainda tenho pesadelos em que meu diploma é tirado de mim porque sou gay", afirmou Anna Avery ao BuzzFeed News. Ela se formou em 2012, e não saiu do armário até o fim do curso: "Eu tinha medo de alguém encontrar meus diários."
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