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Fernanda Nobre diz que congelou óvulos por 'medo' e pressão social

Fernanda Nobre contou ainda que seu próximo projeto falará sobre "prisões" femininas, como maternidade - Reprodução / Internet
Fernanda Nobre contou ainda que seu próximo projeto falará sobre 'prisões' femininas, como maternidade Imagem: Reprodução / Internet

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/07/2020 12h37Atualizada em 16/07/2020 13h25

A atriz Fernanda Nobre comentou sobre a pressão que mulheres sofrem para serem mães, afirmando que a "expectativa da sociedade" a levou a congelar óvulos "por medo, não por convicção".

"Eu congelei os óvulos por medo de me arrepender em algum momento. Eu não sei até que ponto quero ter um filho ou apenas responder a uma expectativa da sociedade", falou a atriz em entrevista a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

"Estou com 36 anos, o tempo passa para as mulheres no sentido biológico. Eu sinto muita pressão. Uma pressão um pouco cruel. Do tipo: 'Não serei completa se não for mãe'. Meu lado racional sabe que isso é balela. Mas eu fui criada dentro dessa balela. Existe uma voz dentro de mim que me deixa com medinho de que isso seja verdade. Então, congelei por medo, não por convicção", continuou Fernanda.

A artista trabalha em um projeto para o pós-pandemia em que fará um monólogo sobre o "isolamento das mulheres em si mesmas por causa do patriarcado", onde pretende falar sobre "prisões" como a ideia da maternidade.

A peça, intitulada "Selvagem", foi escrita em parceria com o marido, o diretor José Roberto Jardim. Nela, Fernanda atuará dentro de um cubo, para evitar o uso da máscara no palco, acessório obrigatório como prevenção contra a covid-19.

Segundo a atriz, sua relação com o feminismo é recente e começou apenas depois de um movimento de denúncias de assédio nas redes sociais. Fernanda afirma que começou a entender situações abusivas de seu passado apenas muito tempo depois.

"Eu não fui introduzida nesses termos (do feminismo). Eu era ignorante nesse sentido. Quando começou a hashtag 'meu primeiro assédio', comecei a entender que várias coisas que vivi foram abusivas. Eu não sabia que eram machistas, que eram assédios, tanto na profissão quanto na vida pessoal. Eu naturalizei tudo isso. Nunca tinha refletido sobre o absurdo que era", explicou.

Recentemente, durante uma live com a também atriz Samara Felippo, Fernanda contou que sofreu durante anos em um relacionamento abusivo. Esta semana, ela fez questão de mostrar seu apoio à atriz Juliana Lohmann, que relatou ter sido estuprada por um diretor aos 18 anos.