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Soldado disse que estava sendo assediada antes de ser achada morta nos EUA

A soldado Vanessa Guillen desapareceu da base militar de Fort Hood e seus restos mortais foram encontrados meses depois - Divulgação/Exército americano
A soldado Vanessa Guillen desapareceu da base militar de Fort Hood e seus restos mortais foram encontrados meses depois Imagem: Divulgação/Exército americano

De Universa, em São Paulo

14/07/2020 13h48

O desaparecimento e morte da soldado Vanessa Guillén, 20, reacenderam as discussões sobre violência sexual nas Forças Armadas dos Estados Unidos.

Vanessa desapareceu da base militar de Fort Hood, uma das maiores do mundo, no Texas, em 22 de abril. Mais de dois meses depois, seus restos mortais foram encontrados.

O Exército anunciou que o soldado Aaron David Robinson, suspeito do crime, cometeu suicídio. A namorada dele, Cecily Aguilar, foi presa e acusada de adulterar evidências.

Para o Departamento de Justiça, Robinson assassinou Vanessa na base, depois desmembrou e enterrou o corpo perto de um rio com a ajuda da namorada.

Segundo a família, Vanessa disse à família e amigos que estava sendo assediada por dois soldados com nível superior ao dela, incluindo Robinson, mas nunca relatou formalmente as acusações, temendo retaliação.

Advogada da família Guillén, Natalie Khawam disse ao jornal Houston Chronicle que forneceu o nome de Robinson às autoridades. "Acreditamos que Vanessa disse a ele que estava denunciando, e é por isso que ele a espancou", disse.

Segundo o jornal britânico The Guardian, cerca de um em cada três membros do serviço denuncia agressão sexual, de acordo com o departamento de Defesa.

No ano passado, 6.236 denúncias de agressão sexual foram registradas no escritório de prevenção e resposta a agressões sexuais do departamento. A maioria era mulheres com idade entre 17 a 24 anos, como Vanessa.

Seu desaparecimento levou manifestantes a marcharem pelas ruas das principais cidades do Texas e a hashtag #IAmVanessaGuillen se espalhou pelas mídias sociais, enquanto os membros do serviço compartilhavam histórias de violência sexual e assédio.

A família dela pede que uma investigação do Congresso sobre a base e nova legislação para criar uma agência independente para os soldados denunciarem assédio sexual e violência.

O secretário Ryan McCarthy, disse na semana passada que o Exército dos EUA está montando um painel civil de consultores para revisar o "clima e cultura de comando" em Fort Hood,