Marca de absorvente faz campanha inclusiva com pessoas trans e muçulmanas
De Universa, em São Paulo
13/07/2020 11h46Atualizada em 13/07/2020 12h49
Uma pesquisa encomendada pela marca de absorventes britânica Callaly revelou que 66% das pessoas acham que a publicidade não representa fielmente o que elas sentem quando estão menstruadas.
Essas pessoas também afirmaram que se sentem "esquecidas". Além disso, a maioria das pessoas que responderam à pesquisa, 55%, acredita que a menstruação é "glamorizada" pelos comerciais.
Por isso, a Callaly decidiu incluir na sua campanha "The whole bloody truth" (Toda a verdade sangrenta, em tradução livre) pessoas trans e também mulheres muçulmanas.
"No Islã, você está isento de práticas religiosas, como oração e jejum, quando está menstruada, e muitas pessoas pensam que é porque a perspectiva muçulmana dos períodos é que elas são vergonhosas e sujas", disse a influenciadora Ruqaiya Haris em entrevista à versão britânica da revista Glamour.
"Mas eu vejo isso como o oposto total. Para mim, é um reconhecimento de que a menstruação é cansativa, exigente e prejudica sua saúde física e mental ; portanto, no Islã, você faz uma pausa. É libertador", conclui Harris, que é uma das porta-vozes da campanha.
Além de Harris, a marca também procurou o autor trans Vic Jouvert para compartilhar sua experiência de ser um homem que menstrua.
"Sempre me disseram que eu era menina e depois me tornei mulher. Portanto, minha menstruação era apenas uma evidência física da minha biologia que não correspondia a quem eu sempre soube que era ", disse ele ao portal Pink News.
"Dessa forma, minha menstruação sempre foi um lembrete do que não sou. Era como se meu corpo estivesse me dizendo que eu tinha que aceitar e aceitar a inevitabilidade da minha feminilidade e, portanto, as normas sociais para esse corpo", finalizou.