Em corrida contra pandemia, marcas lançam roupas com tecido anticoronavírus
Algumas marcas brasileiras estão correndo contra o tempo para se adaptarem à nova realidade e ofertar ao mercado roupas e máscaras com tecidos capazes de barrar o coronavírus.
Duas grandes marcas da indústria têxtil já ultrapassaram a fase de testes e disponibilizaram peças para a venda. Uma delas é a Malwee, que anunciou na terça-feira o lançamento de camisetas e máscaras feitas 100% em algodão, com três camadas do fio que prometem exterminar o vírus eventualmente presente no material em dois minutos.
A outra é a Lupo, que lançou máscaras em poliamida a partir do fio da Rhodia, que promete a destruição de 99,99% do vírus em 15 minutos. Em breve, estarão também no mercado itens como top, legging, camisetas e manguitos feitos com o mesmo material. De acordo com a marca, a intenção é expandir a produção e fabricar peças também para a área da saúde.
A proposta é evitar que a roupa seja um veículo de transmissão para a Covid-19, bloqueando a contaminação cruzada entre o tecido e o usuário. As tecnologias utilizadas prometem quebrar a barreira de gordura que envolve o vírus, chamado de envelopado, expondo seu material genético e paralisando seu poder de contaminação. Evidentemente, o uso da roupa não protege o usuário da contaminação por outras vias, como o toque na face.
Por meio de uma tecnologia chamada HeiQ Viroblock, lançada há dois meses na Suíça, a neutralização na contaminação se dá por meio da combinação de dois produtos. "Utilizamos a prata que paralisa o vírus, juntamente com um produto chamado vesícula lipossomal, que o deixa inativo em 99.98% dos casos. É uma grande proteção, mas devemos sempre lembrar que, ainda assim, devemos seguir os procedimentos de higiene recomendados pela OMS [Organização Mundial da Saúde] como lavar as mãos e usar o álcool em gel", explica Luiz Thiago de Freitas, gerente industrial têxtil da Malwee.
Outras duas marcas de menor porte também já oferecem peças com tecnologia antiviral.
A startup Insider, antes conhecida por criar roupas com modelagem masculina lançou máscaras antivirais com tecido e tecnologia contra vírus e bactérias aprovados pela Unicamp, além de uma camiseta que utiliza fibras naturais com íons de prata.
Também com matéria-prima da Rhodia, a marca Feline, especializada em beachwear, desenvolveu máscaras e um body em poliamida com ação antiviral que também utiliza a tecnologia Amni® Virus-Bac OFF. A peça está disponível em dois modelos, com manga curta e comprida, em preto ou branco.
Para as marcas, inovação veio para ficar
As marcas acreditam que produtos feitos com base nesses novos tecidos devem continuar à venda mesmo depois de controlada a pandemia. "Para o futuro, acreditamos numa mudança nos hábitos, e as máscaras se tornarão itens para grandes aglomerações, aviões e shows", diz Carolina Pires, diretora de marketing, produto e vendas da Lupo.
Carol Matsuse, fundadora da Insider, confia na contribuição da comunidade para dar continuidade à produção. "Mesmo com a descoberta da vacina e vacinação em massa contra a Covid-19, a população em geral aumentou muito a conscientização sobre como podem transmitir doenças virais, mesmo com gripes mais comuns e mais leves. Acho que as pessoas usarão máscara para proteger quem estiver por perto", diz.
Freitas, da Malwee, conta que a marca recebeu diversos pedidos por mais produtos feitos pelos próprios consumidores.
O que considerar na hora de comprar uma peça
Conforme as marcas passem a produzir peças de vestuário com o apelo de proteção antiviral, como identificar o que funciona? Segundo o médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, os tecidos podem oferecer tratamento que reduz a chance de contágio. "O uso de produtos como este é muito bom para roupas, mas especialmente para as máscaras, que tendem a ter uma eficácia muito maior [ao barrar a transmissão]", diz ele, porque ao falar com outras pessoas, ela pode receber uma carga de vírus maior na máscara.
Mas Gorinchteyn recomenda ainda que o consumidor fique atento às marcas sérias e confiáveis na hora de escolher o produto. "Qualquer que seja o produto [que ofereça proteção], é imprescindível que o consumidor cheque se ele têm certificados ou estudos técnicos comprovando sua eficácia", indica.
Peças com proteção antiviral custarão mais caro?
Apesar do investimento em pesquisa, a Malwee diz ter retirado parte do lucro das peças que colocou à venda para massificar a nova coleção. "Entendemos que o momento não é de competição, mas de contribuição para que este vírus seja erradicado o quanto antes", afirma Freitas.
O kit contendo duas máscaras da linha "Malwee Protege" custa R$ 29, e as camisetas femininas e masculinas, em quatro opções de cores, saem por R$ 49,99. A linha infantil traz quatro opções de camisetas para meninas e meninos por R$ 39,99 cada uma, e quatro opções de kits com duas máscaras infantis por R$ 24,99.
Já a Lupo oferece em seu catálogo kit com duas máscaras nas cores preta ou branca, por R$ 17,90. Os demais produtos ainda não estão disponíveis no site da marca, mas a empresa garante que os preços atuais serão mantidos e que contará também com linha para crianças.
Os dois produtos da Insider já podem ser comprados on-line. A máscara antiviral unisex custa R$ 27 a unidade e a camiseta masculina, R$ 99. Na Feline, o body é vendido por R$ 280 e a máscara, por R$ 20 cada uma.
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