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Reino Unido: Políticos declaram apoio a reformas em prol de pessoas LGBTQ+

Uma porta-voz do Escritório do Governo disse que a pasta não iria responder as notícias veiculadas na imprensa - Getty Images/iStockphoto
Uma porta-voz do Escritório do Governo disse que a pasta não iria responder as notícias veiculadas na imprensa Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Universa, em São Paulo

19/06/2020 14h07

Políticos LGBTQ+ de sete partidos se uniram e publicaram uma declaração em conjunto criticando os boatos de que Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, abandonará as reformas que facilitariam a mudança legal de gênero e outros direitos da população trans.

No documento, os políticos afirmaram que "permanecem unidos" em seu apoio à comunidade de LGBTQ+, especialmente, a comunidade trans. A ação foi assinada por representantes dos partidos Conservadores — do qual Johnson faz parte e é líder —, Trabalhistas, Democratas Liberais, Verdes, Partido Nacional Escocês, Plaid Cymru e Partido da Aliança da Irlanda do Norte.

No último domingo (14) foi divulgado pelo The Sunday Times que a equipe número 10 de Johnson descartou o plano de pessoas trans mudarem de gênero sem um diagnóstico médico previsto na GRA (Lei de Reconhecimento de Gênero). Ainda segundo o jornal, além de não aceitar a medida, os ministros pretendem anunciar a proibição de terapias para a "cura gay".

A GRA foi criada no governo de Theresa May para facilitar a mudança de gênero, sem exigir um diagnóstico médico e procedimentos burocráticos. Em 2018, o governo de May lançou uma consulta pública de 16 semanas sobre a lei com objetivo de quebrar as barreiras que as pessoas trans enfrentam na sociedade.

Ainda no mesmo ano, a ex primeira-ministra disse que pedir o consentimento de médicos para a mudança era algo "intrusivo" e burocrático" e prometeu fazer reformas nos diretos da comunidade trans. Apesar da consulta pública ser finalizada em 2018, o governo ainda não divulgou os resultados e seu plano de ação.

Para Liz Truss, ministra da Igualdade no país, desde o fim da consulta — há 18 meses — o governo não trouxe qualquer ajuda e esse atraso colabora para que as "pessoas trans enfrentem abusos e contínuas ameaças".

"Estamos profundamente alarmados com o fato de o governo estar pensando em restringir o acesso à saúde trans para jovens ou excluir pessoas dos vestiários e banheiros do gênero com o qual eles se identificam", disse Truss ao Independent.

Uma porta-voz do Escritório do Governo disse que não iria responder as notícias veiculadas na imprensa. "Não comentaremos especulações e publicaremos nossa resposta à Lei de Reconhecimento de Gênero em julho."

O Guardian informou que dados de uma pesquisa da Stonewall, em 2017, mostraram que cerca de 41% das mulheres e homens trans que responderam à pesquisa afirmaram ter sofrido algum crime de ódio devido a sua identidade de gênero nos 12 meses anteriores.