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Após se desculpar por racismo, Lea Michele é acusada de transfobia

Plastic Martyr acusou Lea Michele de transfobia - Reprodução/Instagram @plasticmartyr
Plastic Martyr acusou Lea Michele de transfobia Imagem: Reprodução/Instagram @plasticmartyr

De Universa, em São Paulo

04/06/2020 08h30Atualizada em 04/06/2020 11h33

A atriz Lea Michele, protagonista da série "Glee", foi acusada de transfobia pela atriz, modelo e cantora Plastic Martyr. É a segunda denúncia que Lea sofre nesta semana. Na segunda-feira, ela já havia sido acusada por uma antiga colega de cometer atitudes racistas nos bastidores da atração, denúncia pela qual se desculpou ontem.

Plastic — que é uma mulher trans — fez um comentário em uma publicação do Instagram e republicou em seu Twitter contando sobre a primeira vez em que encontrou Lea, no banheiro de uma edição do Emmy. "Ela é uma pessoa muito desagradável", escreveu Plastic.

Na ocasião, ela ainda estava em processo de transição e alega que Lea fez um comentário apontando que ela estava no banheiro errado.

"Eu estava no banheiro e comecei a lavar minhas mãos e pedi licença a ela quando eu estava tentando alcançar o sabonete. Ela disse: 'Dá licença?! DÁ LICENÇA?! DÁ LICENÇA você... você percebeu que está no banheiro FEMININO'", relatou.

"Eu lembro que estava me sentindo tão bonita naquele dia e saí do banheiro constrangida e envergonhada", disse Plastic.

Cobrança por doações

Samantha Marie Ware, primeira atriz de "Glee" a denunciar atitudes racistas de Lea Michele, voltou a se manifestar sobre o caso no Twitter após a protagonista ter pedido desculpas pela conduta.

O pedido de desculpas foi dito em entrevista à People e, na ocasião, Lea disse que "não se lembra" dos incidentes "notados" pelos outros.

Samantha cobrou que ela fosse além das desculpas e ajudasse a financiar a família de uma das vítimas fatais da onda de protestos que tomou os Estados Unidos após a a morte de George Floyd — homem negro morto asfixiado após um policial branco pressionar o joelho em seu pescoço, em Minneapolis (EUA).

Em um jogo de palavras, ela escreveu "Abra sua carteira?????".

Amber Riley, a Mercedes de "Glee", saiu em defesa de Samantha e disse em uma live no Instagram que "está feliz por ela não ter medo de falar sua verdade".

"A sensação dela era: 'Eu não vou permitir que você pegue carona no que está acontecendo agora sendo que você não me tratou bem'", disse Amber fazendo referência ao fato de Lea ter protestado contra o assassinato de George Floyd, tendo ela mesma sido racista com colegas.

Contudo, Amber deixou claro que não pretende se aprofundar na discussão. "Eu não dou a mínima. As pessoas estão aqui fora morrendo, sendo assassinadas pela polícia", afirmou.

"Ela veio falar comigo, eu respondi e é aí que isso acaba para mim. Eu não falei com essa garota em dois anos, e não tenho nenhum ódio ou má vontade nesse sentido", declarou.

Desagradável para trabalhar

A atriz Heather Morris, que deu vida a Brittany em "Glee", se pronunciou no Twitter após as acusações de racismo que Lea Michele recebeu. No texto, ela contou que a protagonista da série era muito desrespeitosa nos bastidores e lamentou que ninguém tenha feito nada na época.

"Era desagradável trabalhar com ela? Bastante. Por Lea ter tratado os outros com tanta falta de respeito, ela DEVERIA ser chamada a atenção", escreveu Heather, que também apontou racismo nas atitudes da colega de cena.

"Está implícito que ela é racista e, embora eu não possa comentar suas crenças, acho que estamos assumindo isso, e você sabe o que acontece quando todos assumimos..."