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Nos EUA, polícia investiga morte de homem trans negro por policial branco

Tony Mcdade se identificava como homem trans e foi morto na última quarta - Reprodução/Facebook
Tony Mcdade se identificava como homem trans e foi morto na última quarta Imagem: Reprodução/Facebook

De Universa

30/05/2020 11h28

A polícia de Tallahassee, na Flórida (EUA) investiga sob quais circunstâncias um homem trans e negro, identificado como Natosha "Tony" McDade, de 38 anos, foi morto por policial branco na noite da última quarta-feira (27). Enquanto isso, os protestos pela morte de um homem negro, identificado como George Floyd, 46, em uma ação policial em Minneapolis se propagaram a várias cidades dos Estados Unidos.

Passava das 11h quando a polícia foi chamada para investigar uma facada na região. Ao chegar no local, um agente relatou que o jovem identificado como Malik Jackson, de 21 anos, não resistiu aos ferimentos.

O policial então teria visto uma mulher perto do local, que correspondia à descrição do suspeito do crime, segundo testemunhas. Ela estaria segurando uma arma.

"A suspeita fez um movimento com o uso da arma de fogo contra o policial, que disparou sua arma, atingindo-a fatalmente", relatou o departamento de polícia. O policial não foi baleado.

A polícia de Tallahassee se refere a McDade como uma mulher, mas seus conhecidos, bem como a Campanha de Direitos Humanos, disseram que ele se identificava como um homem trans, segundo o jornal local WCTV.

Testemunhas falam em brutalidade policial. A vizinhança afirma que McDade estava desarmado ou, talvez, segurando um telefone.

McDade cumpriu uma sentença de 10 anos na prisão federal por acusação de porte de armas e foi libertado em janeiro. Antes disso, ele cumpriu duas penas na prisão estadual por falsificação, assalto à mão armada, roubo e agressão.

Um dia antes de morrer, ele postou um vídeo no Facebook prometendo se vingar de vários homens que o atacaram no dia anterior. Ele prometeu ainda nunca mais voltar à prisão federal.

"Depois que eu acabar matando você, voltarei ao vivo se tiver a oportunidade, porque eu não voltarei para a prisão. Eu e a lei teremos um impasse, porque estou farto", disse ele no vídeo.

O policial que disparou a arma foi colocado em licença administrativa, que é o protocolo padrão quando há um tiroteio envolvendo um policial.