Topo

Fifa, OMS e Comissão Europeia lançam campanha contra violência doméstica

Campanha da Fifa contra violência doméstica conta com 15 jogadores e jogadoras - Divulgação/Fifa
Campanha da Fifa contra violência doméstica conta com 15 jogadores e jogadoras Imagem: Divulgação/Fifa

De Universa, em São Paulo

26/05/2020 15h58

A FIFA, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Comissão Europeia lançaram a campanha #SafeHome (#CasaSegura) para oferecer apoio a mulheres e crianças em risco de sofrer violência doméstica.

A campanha surge em meio ao recente aumento das denúncias de violência doméstica no momento em que as medidas para que todos fiquem em casa para prevenir a propagação da covid-19 expuseram mulheres e crianças que sofrem abusos a um maior risco.

Quase uma entre três mulheres em todo o mundo sofrem violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo ou violência sexual por parte de outros durante a sua vida. Na maioria dos casos, essa violência é cometida por um parceiro em casa. Até 38% de todos os assassinatos de mulheres são cometidos por um parceiro íntimo. Também estima-se que um bilhão de crianças entre 2 e 17 anos de idade (ou metade das crianças do mundo) sofreram negligência ou violência física, sexual ou emocional no ano passado.

As atuais medidas de distanciamento adotadas em muitos países dificultam que mulheres e crianças entrem em contato com a família, os amigos e os profissionais de saúde, que, de outra forma, poderiam oferecer apoio e proteção.

"Juntamente com a Organização Mundial da Saúde e a Comissão Europeia, estamos pedindo à comunidade do futebol que gere uma conscientização a respeito desta situação intolerável, que ameaça especialmente mulheres e crianças nas suas próprias casas, lugar em que deveriam se sentir felizes, seguras e protegidas", disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

"Não podemos ficar em silêncio em relação a este tema, que afeta negativamente tantas pessoas. A violência não tem espaço nos lares, assim como não tem espaço no esporte. O futebol tem o poder de retransmitir mensagens sociais importantes e, por meio da campanha #SafeHome (#CasaSegura), queremos assegurar que as pessoas que estão sofrendo violência tenham acesso aos serviços de apoio que necessitam."

De acordo com Infantino, a Fifa estimulou as federações-membro da entidade a divulgarrem os contatos dos serviços telefônicos de ajuda ou dos serviços de apoio locais ou nacionais que podem ajudar as vítimas ou qualquer pessoa que se sinta ameaçada de sofrer violência.

Nas suas cinco partes, a campanha de conscientização em vídeo traz 15 jogadores e jogadoras do passado e do presente - Álvaro Arbeloa, Rosana Augusto, Vítor Baía, Khalilou Fadiga, Matthias Ginter, David James, Annike Krahn, Marco Materazzi, Milagros Menéndez, Noemi Pascotto, Graham Potter, Mikaël Silvestre, Kelly Smith, Óliver Torres e Clémentine Touré -, que enfatizaram o seu apoio ao abordar o tema. A campanha está sendo publicada nos canais digitais da Fifa.

"Assim como a violência física, sexual ou psicológica não tem espaço no futebol, ela também não tem espaço em casa", disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde. "Estamos muito satisfeitos de que os nossos parceiros se unam a nós agora para chamar atenção para este problema crucial. Como as pessoas estão isoladas em casa devido à covid-19, o risco da violência doméstica foi tragicamente agravado."

"A violência não tem espaço nas nossas sociedades", disse Mariya Gabriel, comissária europeia de Inovação, Pesquisa, Cultura, Educação e Juventude. "Os direitos das mulheres são direitos humanos e devem ser protegidos. Com frequência, as mulheres e as crianças abusadas ficam receosas de falar por medo ou vergonha. Essa 'janela' para se manifestar e buscar ajuda é ainda mais restrita durante o confinamento. Na verdade, a violência doméstica observa um aumento desde a epidemia da covid-19. É nossa responsabilidade como sociedade e como instituições nos pronunciarmos por essas mulheres, dar confiança e força a elas. Esta é a finalidade dessa campanha conjunta, da qual me sinto honrada de participar."