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Sudão cria lei que criminaliza a mutilação genital feminina

Salimata Knight, sobrevivente da mutilação genital  - Graeme Robertson/Getty Images
Salimata Knight, sobrevivente da mutilação genital Imagem: Graeme Robertson/Getty Images

De Universa, em São Paulo

05/05/2020 10h53

No último dia 22 de abril, os Conselhos Soberano e Ministerial do Sudão aprovaram uma lei que proíbe a prática de mutilação genital feminina no país — que consiste na retirada de partes dos órgãos genitais da mulher.

Quem cometer o crime corre risco de sofrer pena de até 3 anos de reclusão.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que, em 2014, 86,6% de todas as mulheres do Sudão tinham sido vítimas dessa prática.

Abdullah Fadil, representante da Unicef no país, disse que a ideia é aumentar a conscientização entre os diferentes grupos, como parteiras, profissionais de saúde, pais e jovens.

Mutilação Genital

A OMS estima que, em todo o mundo, existam 200 milhões de meninas e mulheres que foram mutiladas.

A prática é muitas vezes amparada por costumes culturais e religiosos de país da África e do Oriente Médio, além de ser considerada um importante pilar do casamento e ser frequentemente vista como um rito de passagem em diferente credos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres e meninas que sofreram com essa prática enfrentam riscos à saúde e as consequências podem ir desde infecções causados pelo corte até traumas psicológicos.

Mulheres que foram submetidas à mutilação genital têm maior probabilidade de sofrer complicações com risco de vida durante o parto, estão suscetíveis a ter dor e problemas quando menstruam, urinam ou têm relações sexuais.